2012-09-08 13:37:23

Editorial: uma viagem cheia de esperança


Cidade do Vaticano (RV) – RealAudioMP3 O Líbano, como também todo o Oriente Médio, vive com expectativa os momentos que antecedem a chegada de Bento XVI ao País dos Cedros. De fato, o Comitê organizador da viagem do Santo Padre que se realizará entre os dias 14 e 16 de setembro, está concluindo nestes dias a preparação do evento não obstante o clima de tensão que se vive no país limítrofe, a Síria, e alguns episódios de violência que se verificaram no norte do país.

Os libaneses, e com eles muitos fiéis dos países do Oriente Médio depositam nesta viagem de Bento XVI grandes esperanças para um futuro melhor na região. De fato, cristãos e muçulmanos aguardam a visita do sucessor de Pedro, que vai à terra libanesa para assinar e entregar a Exortação Apostólica “Ecclesia in Medio Oriente”. Será uma viagem breve, mas intensa: além da assinatura e entrega da Exortação Apostólica, motivo principal da ida do Papa ao Líbano, Bento XVI manterá encontros com as autoridades políticas locais e com autoridades religiosas. Vai também, como já é tradicional nas suas viagens, encontrar as novas gerações. De fato, no dia 15, sábado, Bento XVI encontra-se com os jovens na praça diante do Patriarcado maronita de Bkerké.

As notícias que chegam de todo o Líbano, principalmente de Beirute falam de grande expectativa pela visita do Papa, uma expectativa festiva, pois a capital libanesa começa a vestir-se de modo atraente com bandeiras e cartazes para receber o Santo Padre. O sentimento de alegria invade as ruas libanesas, pois para os fiéis daquele país a visita do Papa é muito significativa. Eles se sentem, apesar das tensões e conflitos que circundam o país, que o Papa os ama, e quer confirmá-los na fé. “Bento XVI, vem até nós – dizem - e assim não nos sentimos sozinhos”.

A presença do Papa no meio dos libaneses dará mais coragem, paz e serenidade a esse povo. Uma presença que certamente ajudará a convivência entre muçulmanos e cristãos: recordamos que em Beirute 80% dos de seus habitantes são muçulmanos. Junto com a decoração exterior, o recolhimento interior, que é vivido com iniciativas de oração e reflexão pelo bom êxito da viagem do sucessor de Pedro.

Certamente o que está ocorrendo no vizinho país do Líbano, a Síria, pode trazer preocupações sobre o êxito da viagem, mas a presença do sucessor de Pedro é uma presença de paz, de busca de harmonia na convivência entre pessoas de religiões diferentes. As preocupações com relação à segurança não irão atrapalhar a viagem, pois o Papa é portador de uma mensagem de esperança.

O Líbano é uma realidade importante para toda região, um modelo de convivência inter-religiosa, já que os cristãos compõem 39% da população de 4,1 milhões; a maioria pertencente à Igreja Maronita, uma Igreja que tem as suas raízes em São Maron, um monge sírio do século IV. O País dos Cedros oferecerá a Bento XVI mais uma oportunidade para chamar a atenção para o relacionamento e convivência entre cristãos e muçulmanos. Por isso muito líderes muçulmanos já pediram aos seus fiéis que dêem uma grande acolhida ao Papa.

Esta viagem do Papa é uma viagem que também se estende a todo o Oriente Médio, e, por conseguinte, à Síria, terra martirizada neste momento por uma guerra civil que já ceifou a vida, em 18 meses, de mais de 20 mil pessoas e causou cerca de 200 mil refugiados. Em mais de 15 ocasiões Bento XVI pediu o fim das hostilidades e o respeito pela vida humana. O Papa sempre esteve do lado do povo sírio. Certamente nos seus 6 discursos que fará em terras libanesas, dirigirá o seu olhar para o país vizinho, que anseia pela paz.

A visita de Bento XVI ao Líbano é uma grande esperança para o país, para a região, pois será uma mensagem de paz para todos, e um convite em favor da liberdade religiosa e boa convivência em todo o Oriente Médio. (Silvonei José)








All the contents on this site are copyrighted ©.