2012-09-06 11:55:29

Padre Dall'Oglio e a viagem do Papa ao Líbano


Roma (RV) – “Nunca vi uma viagem tão dramática com esta”, que o Papa Bento XVI está para realizar ao Líbano, “por isso manifesto solidariedade e estima ao Santo Padre”. Foi o que disse, o jesuíta Padre Paolo Dall'Oglio, fundador do Mosteiro de Deir Mar Musa na Síria, e que recentemente foi expulso do País pelo regime de Bashar al Assad. O sacerdote anunciou uma semana de jejum para apoiar a difícil viagem do Pontífice.

Será um jejum que une elementos da tradição cristã e islâmica: completa abstenção do alimento, enquanto renuncia à água só durante as horas diurnas, de modo análogo ao que acontece no mês do Ramadã. “A viagem ao Líbano é certamente arriscada – explicou o jesuíta aos jornalistas durante encontro organizado pela “Religions for Peace” – por motivos de segurança e por motivos políticos mais delicados. O governo de Beirute apoia em grandes linhas a Síria do Presidente Assad”. “Deve-se lembrar – acrescentou – que uma parte das hierarquias católicas médio-orientais se manifestou ao lado do regime, sobretudo porque alarmada com o perigo islâmico e, às vezes, assumiu as teses de complô contra o poder sírio”.

Para Padre Dall'Oglio, o documento final do Sínodo dos Bispos do Médio Oriente, que o Papa entregará durante sua viagem, será um documento muito importante porque o encontro de dois anos atrás no Vaticano, com seu acento sobre os direitos e a justiça, “quase esboçou o programa da primavera árabe”.

“A exortação pós-sinodal que o Papa entregará a todas as Igrejas da região – afirmou ainda o jesuíta – é muito importante: naquele documento se falou, que existe uma maior necessidade dos direitos humanos, mais democracia, mais participação e mais transparência, menos gestão em benefício próprio”. Substancialmente, o documento afirma a vontade dos cristãos e muçulmanos do Médio Oriente de “viver juntos apesar de nossas religiões, de construir uma convivência a partir de nossos credos, uma convivência pluralista”.

Para, o jesuíta, o Papa em suas intervenções públicas sobre a crise síria, nestes meses “expressou claramente a posição da Igreja em favor do povo sírio”. (SP)








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