Bogotá (RV) – A Igreja Católica, a OEA (Organização dos Estados Americanos),
a UE (União Européia) e a maioria dos países americanos saudaram nesta terça, 04,
o início do diálogo do governo colombiano e as FARC e expressaram seu respaldo ao
processo que deverá por fim a 50 anos de conflito na nação.
O anúncio do Presidente
Juan Manuel Santos confirmou o que já se comentava há semanas. As conversas entre
governo e guerrilha teriam começado há seis meses, e contaram com ajuda de Hugo Chávez,
da Venezuela, e de Raúl Castro, de Cuba. As negociações, que começaram em 1998 e duraram
quatro anos, fracassaram.
Para Santos, desta vez é diferente. O governo colombiano
não retirará tropas de qualquer parte do território, como aconteceu anteriormente.
O governo impôs derrotas militares às Farc, que têm a metade dos efetivos em combate
de dez anos atrás.
As negociações agora terão uma agenda fechada, com regras
de procedimento, sem interrupção e nem intermediários. Fechado o acordo, governo e
guerrilha deverão cumprir sua parte simultaneamente.
As negociações começam
em outubro e serão em território neutro: em Oslo, na Noruega. Depois, seguirão em
Cuba. Até que se chegue a um acordo, o governo promete seguir combatendo as Farc.
Já o líder da formação guerrilheira, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como
"Timochenko", afirmou que “a paz é uma questão de todos os colombianos, e que a chave
não está nas mãos do Presidente Juan Manuel Santos nem nas dele, mas sim com o povo.
Por sua vez, Dom Héctor Epalza Quintero, bispo de Buenaventura, depois de
se encontrar com Bento XVI, declarou que a Igreja Católica na Colômbia está comprometida
com a reconciliação e trabalha “para restituir a esperança de paz a uma nação consumida
pela violência”.
Em várias ocasiões, o Pontífice expressou preocupação pela
situação na Colômbia, pedindo paz e reconciliação entre os colombianos. (CM)