Uberaba (RV) - É inegável que nos primórdios do Cristianismo houve um esforço
gigantesco de propagar a fé em Cristo. Isso é comprovado pela difusão da boa notícia,
em todos os quadrantes do mundo antigo. Em cem anos havia comunidades cristãs por
todos os países. Foi uma façanha irrepetível. Mais ainda. Sem haver grandes planos
estratégicos, o método de chegar às pessoas era idêntico: apresentar a santa doutrina
como proposta livre, formar comunidade, criar a hierarquia local, confirmá-la e em
seguida prosseguir para outras paragens. Embora se tivesse um agudo senso de Igreja
Particular (veja o Apocalipse), vigorava um espírito de Igreja Católica como um corpo
unido. “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma” (At 4,32). O Concílio
Vaticano II deu muita força às Dioceses, encorajando-as a terem seus próprios planos
pastorais. Mas isso não impede que se faça uso de idéias-força em proveito de toda
a Igreja.
Assim, João Paulo II propôs à Igreja o Ano Mariano, o Ano da Reconciliação,
o grande Jubileu do ano 2.000. E Bento XVI, muito oportunamente propôs o Ano Paulino,
para chegar ao cerne da pregação do grande Apóstolo. Nada disso prejudicou as Dioceses,
mas ao contrário, reforçou-as todas na sua busca de adesão a Cristo. Agora surgiu
a ocasião de uma nova graça para o aprofundamento na vivência cristã: o Ano da Fé.
Esse ano coincide com o Cinqüentenário do Concílio Vaticano II, a começar em outubro
próximo. Seu objetivo é provocar nos católicos uma firme fé em Cristo e na sua Igreja,
e animar a todos à transmissão da boa notícia de Jesus neste mundo confuso de hoje.
Será que vamos deixar escapar essa grande ocasião para sermos melhores católicos?
Vamos menosprezar a oportunidade de reler os grandes documentos do Concílio? Amigos,
busquemos nas livrarias católicas, ou na internet, a Carta Apostólica de Bento XVI
“Porta Fidei”, para conhecermos a linda programação que esse ano de graça nos quer
reservar. Executar tal plano será uma grande fonte de espiritualidade. E a programação
da Jornada Mundial da Juventude, vai favorecer e reforçar esse grande esforço.
Dom
Aloísio Roque Oppermann scj Arcebispo Emérito de Uberaba, MG.