Yida (RV) – Desde o último mês de abril, os refugiados do campo de refugiados
de Yida, no Estado sul-sudanês de Upper Nile, duplicaram por causa dos escassos recursos
alimentares e do conflito em andamento desde junho de 2011 no estado de Kordofan.
As 60 mil pessoas que vivem atualmente em Yida carecem de assistência de saúde e acesso
à água potável, situações que agravam a proliferação de doenças diarréicas.
Em
uma clínica construída pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), as crianças
permanecem deitadas em leitos enquanto seus pais tentam afastar as moscas que rodeiam
os pequenos pacientes. Segundo testemunhos de voluntários do MSF, o ponto principal
é a higiene: não obstante as melhorias realizadas no campo da alimentação, as crianças
desnutridas continuam muitas, devido às precárias condições higiênicas do campo.
A
desnutrição, consequência da diarreia, é ainda o principal problema de saúde, vista
a dificuldade de distribuir água. Além disso, por falta de banheiros, as pessoas usam
os campos, e lavam as mãos sem sabão. Para tentar limitar focos de doenças e a consequente
desnutrição, as Nações Unidas estão providenciando a construção de latrinas e de poços,
além de duplicar as rações de sabão. As chuvas torrenciais interditaram os caminhões
com gêneros alimentícios, e os refugiados de Yida terão alimentos somente por mais
um mês.
Segundo um dos responsáveis do Programa Mundial de Alimentos das Nações
Unidas no Sudão do Sul, não faltam reservas, mas permanece o problema de sua distribuição.
As chuvas e as bombas continuam a cair nos Montes Nuba e é possível que o fornecimento
de serviços de saúde e de gêneros alimentícios seja anulado seja cancelado caso uma
nova onda de refugiados chegue além do confim. (SP)