2012-09-01 11:20:24

Editorial: Dia Internacional do Desaparecido


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Cidade do Vaticano (RV) - Celebrou-se nesta quinta-feira o Dia Internacional do Desaparecido. O motivo desta celebração nos enche de vergonha. Em pleno século XXI reconhecemos que o número de pessoas desaparecidas é gigantesco e supera a capacidade do homem de hoje, apesar de todo o seu progresso e meios de investigação para saber de tudo e de todos a qualquer hora e em qualquer lugar.

Mas por que nossos meios se tornam ineficazes?
Certamente porque existe uma força consciente contrária a que essas pessoas possam voltar ao mundo, ao seio de seus lares, ao lado de pessoas queridas.
São crianças traficadas para serem doadoras de órgãos ou para viverem como escravas sexuais; são adultos explorados como trabalhadores anônimos; são pessoas que desapareceram em um conflito urbano ou mesmo bélico e não deixaram rastro algum; são pessoas seqüestradas por diversos motivos.

Mas por que esses crimes continuam? Certamente a impunidade, o descaso de governos em relação a esses tristes fatos incentivam os criminosos a continuarem praticando esses atos nefandos. Muitas vezes os causadores desses desparecimentos são conhecidos, mas poucos são levados à justiça.

O egoísmo, o querer ter o lícito e o ilícito, o sentir-se acima de qualquer ética, essa atitude é pecaminosa e, consequentemente, fonte de sofrimentos, de dor, para tantas pessoas, sejam vítimas ou sejam seus familiares e amigos.

Toda vez que o ser humano se julga deus, provoca sofrimentos. Recordamos o tempo em que alguém decidiu que apenas a raça ariana deveria sobreviver e mandar. Tivemos o nazismo onde desapareceram milhões de pessoas, muitas em experiências ditas científicas, outras em trabalhos forçados e outras na desgraçada ducha de gás letal. Quem deu a essa pessoa o direito de seduzir uma nação e destruir povos?

Vivemos uma época em que parece que valores alcançados estão sendo destruídos. Se olharmos decisões de Supremas Cortes e órgãos similares ficaremos perplexos vendo que criminosos são libertados, mesmo tendo sido condenados por júri popular. Corre-se a tentação de falar “ o errado está certo e o certo está errado”!

Enquanto a justiça não for aplicada e mantida, continuaremos vivenciando muitos sofrimentos, experienciando vários tipos de dor, tudo isso porque a omissão e a conivência grassam.

Fazer imperar a justiça é fazer imperar o bem!

Pe. Cesar Augusto dos Santos, S.J.







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