Perdão Celestino traz mensagem do Evangelho, da Misericórdia e do Amor de Deus, diz
Arcebispo de Áquila
Cidade do Vaticano (RV) - Teve início na noite desta terça-feira em Áquila
– região italiana dos Abruços, – com a abertura da Porta Santa da Basílica de Santa
Maria de Collemaggio, presidida pelo cardeal delegado e presidente do Pontifício Conselho
para os Textos Legislativos, Francesco Coccopalmerio, a edição de nº 718 do Perdão
Celestino.
A tradição religiosa, ligada à eleição à Cátedra de Pedro, em 1294,
do Papa Celstino V, prevê a indulgência plenária para aqueles que participam das celebrações.
O rito da noite desta quarta-feira, presidido pelo Arcebispo de Áquila, Dom Giuseppe
Molinari, concluirá a edição deste ano.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, eis
o que nos disse o arcebispo:
Dom Giuseppe Molinari:- "A edição de nº
718 do Perdão Celestino, como as outras, é sempre um chamado forte aos habitantes
de Áquila e a todos aqueles que vêm à nossa cidade, à mensagem de Celestino, que é
uma mensagem do Evangelho, da Misericórdia, do Amor de Deus. Uma mensagem que requer,
sobretudo, conversão e renovação interior, mas que tem também os seus efeitos positivos,
eficazes e fortes para as nossas situações de todos os dias, para os problemas e para
os desafios que temos que enfrentar neste momento. Sempre recordo a todos: o Perdão
Celestino não é uma mensagem que nos afasta dos problemas do dia a dia, pelo contrário,
nos dá a chave de leitura justa para enfrentar os desafios cotidianos, para enfrentá-los
de modo cristão, com confiança e esperança. É ocasião para empenhar-nos com aquela
renovação interior do coração, que é a base fundamental para toda renovação. Porque,
mesmo diante das dificuldades, dos desafios de hoje, não bastam as leis, não bastam
as receitas técnicas, as soluções econômicas, se não retornamos àquela sabedoria do
coração, àquela renovação da alma que o Papa Celestino V propunha sete séculos atrás,
que, afinal, é a mensagem do Evangelho."
RV: Em 1294 o Papa Celestino V
emanou a Bula do Perdão: à distância de mais de sete séculos, o que esse gesto significa
hoje para os fiéis da cidade de Áquila – em reconstrução após o terremoto de 2009
– e para os peregrinos que atravessam a Porta Santa da Basílica de Collemaggio, num
momento difícil do ponto de vista social e econômico?
Dom Giuseppe Molinari:-
"Tive a sorte, a alegria de participar de quase 60 edições do Perdão celestino. Recordo-me
das edições das quais participei quando garoto, quando seminarista, e depois como
jovem sacerdote. E é uma experiência sempre bela. É bonito ver tanta gente, tantos
fiéis que se aproximam do Sacramento da Reconciliação, que buscam justamente, nesse
Sacramento, o encontro com Deus e com os irmãos. Mesmo neste momento difícil para
a nossa cidade, são sempre dias de grande esperança. Todos nos encontramos unidos:
buscamos, juntos, superar todos os nossos conflitos, os contrastes, em linha com aquilo
que o Papa Celestino V queria. Porque sete séculos atrás, quando quis o Perdão, não
pensava somente num benefício espiritual, mas numa cidade há pouco criada onde, infelizmente,
já existiam facções. Tinham se verificado confrontos sangrentos e com o Perdão se
queria também compactar mais a cidade, torná-la um povo unido, um só coração e uma
só alma. Esperamos que isso ocorra também hoje e, sobretudo, que os cristãos de Áquila
saibam, em primeiro lugar, reencontrar na mensagem de Celestino, que é a mensagem
do Evangelho, a força para seguir adiante, para não ceder a nenhuma forma de desespero,
para encontrar a capacidade de reconstruir a nossa cidade e de fazê-la renascer."
(RL)