2012-08-28 12:54:22

África: os católicos não se rendem às violências


Iasi (RV) - Os católicos dos países africanos onde é mais forte a ameaça do integralismo islâmico vivem com apreensão este fenômeno mas não pretendem render-se à violência. É quanto emerge - destaca a agência Fides - de um colóquio com dois representantes africanos no Fórum Internacional da Ação Católica (FIAC) que se concluiu em Iasi, Romênia, após cinco dias de trabalhos. “Os católicos na Nigéria não se sentem intimidados pelos ataques ocorridos em algumas igrejas, conta Padre Patrick Alumuku, responsável pelas Comunicações da Diocese de Abuja. Grupos de fiéis, junto com a polícia, organizaram um cordão de segurança ao redor dos edifícios de culto por ocasião das celebrações”.

“Esta – acrescentou Padre Alumuku - é a única forma de defesa que temos a intenção de pôr em prática: o nosso arcebispo, Dom John Olorunfemi Onaiyekan disse muito claramente que uma resposta violenta à violência não seria uma solução para os problemas, mas ao contrário, seria a origem de uma guerra que não acabaria nunca”.

O fenômeno dos atentados às igrejas, de fato, deve ser entendido de modo correto: “não se trata de islamismo contra cristianismo, mas de ataques terroristas contra o governo, tanto que os líderes muçulmanos se dissociaram-se desses episódios. Qualquer tentativa de vingança - conclui Padre Alumuku - além de ser contrária à mansidão evangélica, correria o risco de atingir aqueles que estão nos defendendo”.

“Há apreensão - adverte por sua vez Padre Rafik Greiche, porta-voz da Igreja Católica no Egito - para a possibilidade real dos cristãos viverem a liberdade religiosa em um contexto fundamentalista, após as recentes mudanças políticas que levaram ao governo um partido ligado à Irmandade Muçulmana. O presidente egípcio, - continua Padre Greiche - está oferecendo garantias a todas as minorias religiosas, mas ninguém pode garantir o futuro”.

No país, há sete escolas dirigidas pela Igreja Católica e vários hospitais e instituições de caridade as quais, direcionam suas atividades para os segmentos mais pobres da população, e são frequentados principalmente por muçulmanos. Extremamente importante neste momento, é o papel dos leigos: “são eles que se encontram em primeira linha no testemunho da fé na vida de cada dia, e, na dificuldade do contexto que estamos vivendo, demonstram realmente uma grande coragem”, conclui Padre Greiche. (SP)








All the contents on this site are copyrighted ©.