2012-08-28 09:46:34

Santa Sé pede cúpula extraordinária para evitar nova crise alimentar


Cidade do Vaticano (RV) – No dia em que os representantes do G-20 se reuniram em uma conferência sobre a fome e suas causas, a Santa Sé pediu que as maiores economias do mundo se unam para evitar uma nova crise alimentar.

Entrevistado pela RV, o Observador permanente da Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Dom Silvano Maria Tomasi, defendeu que o grupo das 19 maiores economias, mais a União Européia, tem a obrigação de “entender as causas da escassez alimentar, que não se limitam à seca que afeta várias regiões do globo”.

Para Dom Tomasi, é preciso equilibrar a necessidade de defender o meio ambiente com a prioridade da alimentação. O Arcebispo denunciou que “há uma grande quantidade de alimentos e produtos agrícolas utilizados para produzir biocombustíveis”.

Dom Tomasi pediu a convocação de uma cúpula extraordinária do G-20 para discutir problemas alimentares do mundo entre finais de setembro e início de outubro deste ano. O objetivo seria estabilizar os preços dos artigos alimentícios e obrigar os monopólios agrários a deixar de especular nos mercados.

O Observador falou de 170 milhões de crianças com problemas consequentes de uma alimentação não-adequada, destacando a situação de Iêmen, Somália, Sudão do Sul e região africana do Sahel. Além disso, a crise pode ainda se agravar por causa da seca nos Estados Unidos, Rússia, Austrália e outros países produtores de alimentos, em particular de cereais.
Segundo os cálculos do Programa Alimentar da ONU, o número de famintos no planeta aumentará, até o fim do ano de 53 milhões de pessoas. Naturalmente, os Estados Unidos e a Europa não enfrentam a ameaça.

O grupo dos G20 é constituído por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, União Europeia e Turquia.
(CM)







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