Condenado por morte de Dorothy Stang é libertado. A indignação de Dom Erwin
Altamira (RV) - O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), deferiu recurso de habeas-corpus em favor do fazendeiro Regivaldo Galvão, o
"Taradão", que cumpre pena de 30 anos em Altamira pela morte da missionária Dorothy
Stang.
Segundo a Promotoria, a missionária estadunidense foi morta a tiros
em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Dorothy foi assassinada porque defendia
a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram
reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.
Outros quatro acusados
de participação no caso, entre executores e mandantes, foram julgados e condenados
a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão.
O fazendeiro Regivaldo Pereira
Galvão foi condenado a 30 anos reclusão no dia 30 de abril de 2010. Na sentença, o
juiz Raimundo Alves Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, decretou a prisão preventiva
do réu.
O fazendeiro foi beneficiado por uma liminar da desembargadora Maria
de Nazaré Gouvêa para aguardar o julgamento do recurso de apelação em liberdade provisória.
“Recebo essa informação com espanto”, declarou o Bispo da Prelazia do Xingu
(PA), Dom Erwin Krautler.
“Não posso admitir que seja esta a Justiça de nosso
país. Que Deus tenha pena de todos nós”, afirma o bispo, que avalia que a decisão
do STF desconsidera o que foi determinado pelo Tribunal de Júri do Pará. “Esta notícia
envergonha a todos”.
Regivaldo foi solto na tarde desta quarta-feira. Está
marcado, para o próximo dia 3, o depoimento do policial federal Fernando Luiz Raiol,
que recentemente protocolou documento em cartório, revelando fatos sobre o assassinato
da missionária que poderão ensejar a reabertura do caso. (CM)