Bento XVI: Igreja precisa de leigos que sejam co-responsáveis da sua missão
Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja precisa de leigos maduros, que sejam "co-responsáveis"
da sua missão universal e não considerados simples "colaboradores" do clero. É o que
afirma Bento XVI na Mensagem enviada aos participantes do Fórum Internacional da Ação
Católica, em andamento em Iaşi, na Romênia. Que a Associação de vocês seja neste nosso
tempo "um laboratório de globalização da caridade", auspicia o Papa.
A distinção
ganhou nitidez ao longo dos séculos, mas no ano zero da Igreja a questão nem mesmo
existia: pastores e leigos "eram um só coração e uma só alma". O Santo Padre apresenta
esse exemplo de unidade à atenção dos muitos membros da Ação Católica – provenientes
de 35 nações de 4 continentes –, que desde esta quarta-feira até o próximo sábado
se encontram na referida cidade romena para a sexta plenária de seu Fórum internacional.
Bento
XVI ressalta com clareza que os leigos na Igreja são convidados a viver como protagonistas
da missão eclesial, e, portanto, sendo "co-responsáveis" junto aos sacerdotes e não
redimensionados a meros "colaboradores do clero".
"Sintam como compromisso
de vocês o empenho em atuar pela missão da Igreja: com a oração, com o estudo, com
a participação ativa na vida eclesial, com um olhar atento e positivo para o mundo,
na busca contínua dos sinais dos tempos."
"Não se cansem de afinar sempre mais,
com um sério e cotidiano empenho formativo, os aspectos da vocação peculiar de vocês
de fiéis leigos, chamados a serem testemunhas corajosas e críveis em todos os âmbitos
da sociedade", exorta o Pontífice.
O Santo Padre reitera que os leigos, com
a sua experiência, podem ajudar os pastores "a julgar com mais clareza e oportunidade"
quer nas coisas do espírito, quer nas coisas do mundo.
Mas justamente enquanto
chamados na linha de frente a serem testemunhas do Evangelho, os leigos têm a responsabilidade
de anunciá-lo com "linguagem e modos compreensíveis em nosso tempo": num modo que
muda facilmente, esse é o "desafio da nova evangelização", escreve.
E dirigindo
sua reflexão para o empenho específico da Ação Católica, o Papa recorda que ela tem
"como traço fundamental assumir a finalidade apostólica da Igreja em sua globalidade",
em equilíbrio entre Igreja universal e Igreja local.
"Assumam e partilhem as
escolhas pastorais das dioceses e das paróquias favorecendo ocasiões de encontro e
de sincera colaboração com os outros componentes da comunidade eclesial, criando relações
de estima e de comunhão com os sacerdotes, em favor de uma comunidade viva, ministerial
e missionária", exorta o Papa.
"Cultivem autênticas relações pessoais com todos,
a começar pela família, e ofereçam a disponibilidade de vocês à participação, em todos
os níveis da vida social, cultural e política, buscando sempre o bem comum", acrescenta.
"Nesta
fase da história", e em sintonia com a história associativa de vocês, renovem o compromisso
a "trilhar no caminho da santidade" e "à luz do Magistério social da Igreja, trabalhem
também para ser sempre mais um laboratório de 'globalização da solidariedade e da
caridade', para crescer, com a Igreja inteira, na co-responsabilidade de oferecer
um futuro de esperança à humanidade, tendo também a coragem de formular propostas
exigentes", conclui Bento XVI. (RL)