O projeto "Índio Educa": universitários transmitindo a história e a cultura dos povos
indígenas brasileiros
Goiânia
(RV) - Hoje no Brasil, existem ao redor de 220 etnias indígenas, que falam 180
línguas diferentes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
– IBGE (censo 2010) a população indígena é estimada em 818 mil indivíduos, o que corresponde
a 0,4% da população brasileira. No passado eram muito mais. De acordo com o Professor
Aryon Rodrigues em um artigo denominado “Línguas indígenas: 500 anos de descobertas
e perdas”, publicado em 1993, havia cerca de 5 milhões de índios falantes de cerca
de 1.200 línguas distintas.
Para transmitir a verdadeira história e cultura
dos povos indígenas através das mais variadas formas, especialmente via Internet,
em setembro de 2011 foi criado o projeto “Índio Educa”.
O Cimi é um organismo
vinculado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que, em sua atuação missionária,
conferiu um novo sentido ao trabalho da Igreja católica junto aos povos indígenas.
Criado em 1972, quando o Estado brasileiro assumia abertamente a integração
dos povos indígenas à sociedade majoritária como única perspectiva, o Cimi favoreceu
a articulação entre aldeias e povos, promovendo as grandes assembléias indígenas,
onde se desenharam os primeiros contornos da luta pela garantia do direito à diversidade
cultural.
O objetivo da atuação do Cimi foi assim definido pela Assembléia
Nacional de 1995:
“Impulsionados (as) por nossa fé no Evangelho da vida, justiça
e solidariedade e frente às agressões do modelo neoliberal, decidimos intensificar
a presença e apoio junto às comunidades, povos e organizações indígenas e intervir
na sociedade brasileira como aliados (as) dos povos indígenas, fortalecendo o processo
de autonomia desses povos na construção de um projeto alternativos, pluriétnico, popular
e democrático.”
Os princípios que fundamentam a ação do Cimi são:
-
o respeito a alteridade indígena em sua pluralidade étnico-cultural e histórica e
a valorização dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas; - o protagonismo
dos povos indígenas; tendo o Cimi como aliado nas lutas pela garantia dos direitos
históricos; - a opção e o compromisso com a causa indígena dentro de uma perspectiva
mais ampla de uma sociedade democrática, justa, solidária, pluriétnica e pluricultural.
E para esta nova sociedade, forjada na própria luta, o Cimi acredita que os
povos indígenas são fontes de inspiração para a revisão dos sentidos, da história,
das orientações e práticas sociais, políticas e econômicas construídas até hoje.
Para
conhecer o projeto “Índio Educa”, ouça a reportagem da Rádio Potyron, clicando acima. (CM)