2012-08-21 18:35:09

Bispos da Zambia pedem que Constituição não defina o país como "Nação cristã"


Bispos da Zâmbia contrários à inserção no preâmbulo da nova Constituição da clausula que define o país uma “nação cristã”. Num documento enviado à Comissão Técnica encarregada de redigir a nova Constituição, os bispos zambianos exprimem, antes de mais, o desejo de que esta nova tentativa de redacção da Lei magna do país se conclua com êxitos positivos, e voltam a sublinhar a sua oposição a que essa Lei defina a nação como cristã. “Um país – escrevem na nota – não pode praticar os valores e os preceitos do cristianismo mediante uma mera declaração.” Além disso, o principio da separação entre Estado e religião não deve ser esquecida. Afirmar que a Zâmbia é uma nação cristã estaria em contradição com o carácter multi-religioso da sociedade zambiana reconhecida, aliás, no preâmbulo do esboço da Constituição pela Comissão Técnica de Redacção.

No documento antes referido, os bispos daquele país da África Austral, apresentam também algumas propostas para a nova Constituição que, a seu ver, deveria excluir, da introdução, normas que prevêem a pena de morte e o aborto. Outras propostas por eles apresentadas são relativas à cidadania e à exploração dos recursos naturais do país.

Esta não é a primeira vez que os bispos da Zâmbia intervêm com propostas para a reforma da Constituição que o país aguarda há vários anos. Também nas precedentes intervenções se mostraram contrários à ideia da definição do país como uma “nação cristã” .

Entanto, os bispos exortam os fiéis a pôr em prática as indicações da Exortação Apostólica “Africae Munus” a fim de promover a reconciliação, a justiça e a paz no país. O convite está expresso na carta pastoral que os bispos dirigem aos fiéis, agentes pastorais e rádio católicas do país. Assinada por Mons. Clement Mulenga, responsável da Comissão Episcopal para a Pastoral, os Leigos, o Ecumenismo e o Dialogo Inter-religioso, a carta recorda que a “Africae Munus “ põe em realce a importância da conversão a Cristo e convide a Igreja em África a ter a coragem de se levantar e a empenhar na evangelização, promovendo a paz no país. Os bispos exortam todos os fieis a ler e a partilhar “Africae Munus” nas famílias, pequenas comunidades cristãs e nas comunidades religiosas. Esta formidável “guia pastoral” - afirma os bispos zambianos na conclusão da sua carta – ajuda-nos seguramente na nossa caminhada em direcção ao renovamento social com vista na reconciliação, justiça e paz.








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