2012-08-20 17:07:43

Igreja celebra São Bernardo de Claraval: a verdade na caridade, objetivo de uma sadia discussão teológica, recorda Bento XVI


Cidade do Vaticano (RV) - A teologia seja sempre alimentada pela oração e pela contemplação se não quiser transformar-se em vão exercício intelectual: é o que afirma Bento XVI falando sobre São Bernardo de Claraval, abade e doutor da Igreja, cuja memória litúrgica se celebra nesta segunda-feira. O Papa dedicou três catequeses a este Santo abade cisterciense que viveu no Séc. XII.

O debate teológico na Igreja sempre existiu. No Séc. XII um dos contrastes mais acirrados deu-se entre São Bernardo e Abelardo.

São Bernardo – recorda Bento XVI – era um dos máximos expoentes da chamada teologia do coração, que buscava "promover a experiência viva e íntima de Deus":

"De fato, para Bernardo o verdadeiro conhecimento de Deus consiste na experiência pessoal, profunda de Jesus Cristo e do seu amor. E isso... vale para todo cristão: a fé é, sobretudo, encontro pessoal, íntimo com Jesus, é fazer experiência da sua proximidade, da sua amizade, do seu amor, e somente assim se aprende a conhecê-lo sempre mais, a amá-lo e segui-lo cada vez mais. Que isso possa acontecer com cada um de nós!" (Audiência Geral, 21 de outubro de 2009)

Por sua vez, Abelardo tendia a resolver as questões fundamentais sobre Deus com apenas as forças da razão, por vezes colocando em discussão até mesmo as verdades da fé:

"Ao invés, São Bernardo, solidamente fundamentado na Bíblia e nos Padres da Igreja, nos recorda que sem uma profunda fé em Deus, alimentada pela oração e pela contemplação, por uma íntima relação com o Senhor, as nossas reflexões sobre os mistérios divinos correm o risco de tornar-se um vão exercício intelectual, e perdem a sua credibilidade." (Audiência Geral, 21 de outubro de 2009)

O Pontífice recorda que aquele debate teológico se concluiu com uma plena reconciliação entre os dois. Abelardo reconheceu os seus erros. Um episódio – explica Bento XVI – que mostra "a utilidade e a necessidade de uma sadia discussão teológica", mantendo o Magistério da Igreja como ponto firme de referência:

"Permaneceu em ambos aquilo que realmente deve ser prioritário quando nasce uma controvérsia teológica, ou seja, salvaguardar a fé da Igreja e fazer triunfar a verdade na caridade. Que também hoje esta seja a modalidade com a qual se debate na Igreja, tendo sempre como meta a busca da verdade." (Audiência Geral, 4 de novembro de 2009) (RL)







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