Santa Sé ao G20: "Unir-se para evitar nova crise alimentar"
Cidade do Vaticano (RV) - Dom Silvano Maria Tomasi, observador permanente da
Santa Sé junto às Nações Unidas em Genebra, Suíça, foi entrevistado pela RV a respeito
da reunião dos membros do G20, marcada para o dia 27 de agosto. As 19 maiores economias,
mais a União Europeia, debaterão a política global da alimentação no mundo de hoje.
O
arcebispo anunciou que a Santa Sé pedirá que as maiores economias mundiais se unam
para evitar uma nova crise alimentar. Segundo ele, é preciso entender as causas da
escassez alimentar, que não se limitam à seca que afeta várias regiões do globo.
“Grande
quantidade de alimentos, de produtos agrícolas estão sendo empregados na produção
de biocombustíveis” – explica – “enquanto se deveria equilibrar a necessidade de defender
o meio ambiente com a prioridade da alimentação, fundamental para a vida humana”.
O
arcebispo italiano aponta que os países do G20 devem levar em consideração o impacto
da especulação financeira ligada aos alimentos, que causa consequências nas faixas
mais pobres e carentes da população.
O espetro de uma nova crise alimentar
pode levar à convocação de uma conferência mundial entre o fim de setembro e o início
de outubro.
O Observador permanente da Santa Sé em Genebra fala de 170 milhões
de crianças com problemas que derivam de uma alimentação inadequada, destacando a
situação do Iêmen, Somália, Sudão do Sul e da região africana do Sahel.
A crise
pode se agravar ainda mais devido à seca nos Estados Unidos, Rússia, Austrália e outros
países produtores de alimentos, especialmente cereais.
No grupo do G20 estão
África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China,
Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino
Unido, Rússia, União Europeia e Turquia. (CM)