Rio de Janeiro (RV) - Entre os dias 12 e 18 de agosto, o Portal da Arquidiocese
do Rio está aprofundando a vocação de cada membro da família. Na Semana Nacional da
Família, o objetivo da iniciativa da Arquidiocese é valorizar o ambiente familiar
e o ser humano e incentivar a família a ser educadora dos valores da Igreja. Nesta
quinta-feira, 16 de agosto, o especial tratou do papel dos avós.
Iniciativa
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Semana tem a finalidade de
refletir, rezar e auxiliar as famílias na vivência diária da fé e na superação dos
obstáculos comuns ao nosso tempo, que atentam contra os valores da família.
Para
Bento XVI, “os avós são nas famílias muitas vezes testemunhas dos valores fundamentais
da vida”. Em uma recente alocução, afirmou que “o papel educativo dos avós é sempre
muito importante e torna-se ainda mais quando, por várias razões, os pais são incapazes
de dedicar o tempo adequado a seus filhos”.
Em qualquer idade, ser avó (ô)
é uma arte que só quem vive dela sabe explicar. Ser avó (ô) não é simplesmente ser
pai ou mãe duas vezes. Ser avó (ô) é uma graça divina. É receber a mesma benção que
Sant’Ana e São Joaquim receberam e, através disso, fazer com que o verdadeiro valor
da família se propague pelos lares em forma de sublime afeto.
Para o bispo
auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antônio Augusto, a terceira idade não tem um inicio
cronológico.
“Andar cada dia irradiando esperança do céu e transmitindo
as experiências da terra; pensar no que fez de bom ao longo da vida para agradecer
a Deus, no que fez de errado na vida para buscar o perdão de Deus, e no que ainda
pode fazer de útil para pedir a Deus forças vitais... isto é o que torna a terceira
idade uma feliz idade ou a felicidade de viver até dizer, como Jesus Cristo: “tudo
está consumado”, perfeitamente terminado, só resta esperar o encontro com o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, afirmou.
Membro do grupo de psicólogos católicos,
a Dra. Sheilah Kellner, afirma que, nos dias de hoje, na maioria das vezes, há uma
inversão de valores na família quando se diz respeito aos idosos.
“Vemos, por
exemplo, que sua caminhada do início do século passado para o atual, as famílias,
paulatinamente, por razões meramente econômicas, reduziram substancialmente de tamanho.
Se antes os mais velhos — os avós, as tias, respeitados por sua idade e valores familiares
e de tradição — faziam parte permanente de sua estrutura social e espiritual, por
volta de meados deste último século, passam cada vez mais a estarem esparsos em núcleos
menores. Na maioria deles os mais velhos vão, depois de certo tempo, ficando mais
isolados, em outros são, por questões no mais das vezes econômicas, permanecendo agregados
às famílias que estão na fase produtiva. Outras vezes, veremos o contrário, os casais
mais jovens permanecem junto ao núcleo de origem devido às mesmas questões: os mais
velhos constituindo-se em provedores da família”, pondera.
“Os avós trazem
o sentido da continuidade e da estabilidade numa sociedade onde os jovens convivem
diariamente com o descartável, por isso não podem ser esquecidos. Avós são anjos,
um presente para a humanidade! Carregam em si a memória coletiva, são intérpretes
privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que mantêm e guiam a convivência
social”. (CM)