Mais um concerto em Castelo Gandolfo para o Papa. Oferta de Thomas Beckan, esposa
e do coro da Caritas de Ratisbona
Depois dos cânticos
e danças populares da Bavaria (sua terra natal) que lhe foram oferecidas há uma semana
pela Diocese de Munique, onde foi bispo, o Papa pôde assistir ontem, ao fim da tarde,
em Castel Gandolfo, a um outro momento de alegria, através dum concerto executado
pelo violoncelista alemão Thomas Beckman e a sua esposa, Kayoko, pianista, e pelo
grupo coral da Caritas de Regensburg, na Baviera. Um conjunto denominado “juntos contra
o frio”, nascido em 1993, duma iniciativa de Beckman a favor dos sem abrigo na Alemanha.
Em 1996 o projecto desenvolveu-se, abrangendo, em colaboração com a Caritas de Ratisbona,
diversas outras categorias de necessitados. Actualmente auxilia pessoas sem abrigo
em 100 cidades da Alemanha.
Nas palavras que lhes dirigiu no fim do concerto,
o Papa pôs em realce a concentração com a qual os presentes escutaram as peças executadas;
falou da riqueza da criatividade musical e da amplidão da harmonia, que não é uma
simples sucessão de tons e ritmos, mas também coesão, acordos, que revelam a profundidade
da sua estrutura.
“A música é expressão do espiritual, de um lugar interior
da pessoa, criado para tudo o que é verdadeiro, bom e belo. Não é por acaso que a
música acompanha a nossa oração. A música faz ressoar os nossos sentidos e as nossas
emoções quando, na oração, encontramos Deus.”
Fazendo depois uma analogia
entre a memória de Santa Clara que o calendário litúrgico recordava ontem e um hino
a ela dedicada e centrada sobre a luz e a transparência que ela recebeu de Deus, o
Papa disse que esse concerto tinha sido um encontro dessa luz, tanto mais que se tratava
de artistas que transformam a sua profunda experiência de beleza musical em empenho
de ajuda para os necessitados. E concluiu dizendo que “Juntos contra o frio” não responde
apenas ao frio exterior, mas vem do profundo, daquela musica que supera o frio que
está dentro de nós, abre o nosso coração…