Angelus: Papa lançou apelo à solidariedade para com povos asiáticos atingidos por
chuvas torrenciais e terramoto, e reflectiu sobre o pão para o corpo e para o espírito
Como habitualmente
aos domingos (também neste período de Verão em Castelo Gandolfo), Bento XVI assomou,
ao meio dia, à varanda da sua residência estiva, para rezar juntamente com os fieis
ali congregados, a oração mariana do Angelus. O Papa recordou as vítimas das chuvas
torrenciais nas Filipinas e na China e do terramoto no Irão, pedindo orações e gestos
de solidariedade para com eles. Mas, ainda antes disso, teceu algumas reflexões
sobre o sexto capítulo do Evangelho de São João que se tem vindo a apresentar na liturgia
dominical e que nos coloca perante a questão do pão que sacia a fome física e o que
sacia a fome espiritual. Depois do milagre dos pães e dos peixes, Jesus dirigiu-se
à multidão que tinha saciado, procurando fazer-lhe compreender o significado profundo
desse milagre, predispondo-os ao anuncio de que Ele é o pão descido dos céus que sacia
a fome de forma definitiva, mantendo-nos em vida para sempre. “Ele é a comida
que dá a vida eterna, porque é o Filho unigénito de Deu, que está no seio do Pai,
vindo para dar ao homem a vida em abundância, para o introduzir na própria vida de
Deus.”
Mas os israelitas não perceberam isso. Não conseguiram ir para além
da origem terrena de Cristo e recusaram-se a acolhê-Lo como a Palavra de Deus feito
carne. Comentando isto - disse o Papa – Santo Agostinho dizia que não sentiam a fome
porque tinha a boca do coração doente, eram incapazes de sentir a fome de Deus. E
acrescentou Bento XVI:
“Somente quem é atraído por Deus Pai, quem o escuta
e se deixa instruir por Ele, pode acreditar em Jesus, encontrá-Lo e nutrir-se d’Ele
para ter a vida em plenitude, a vida eterna”
O Senhor - continuou o Papa
citando Santo Agostinho - disse que era o Pão descido dos Céus e nos exortou a acreditar
n’Ele. Com efeito, comer o Pão vivo, significa acreditar n’Ele.
Quem acredita
come; de forma invisível é saciado, assim como de forma invisível renasce. Renasce
interiormente, no seu intimo torna-se um homem novo”
O Papa concluiu invocando
Nossa Senhora para que nos guie ao encontro com Jesus, para que a nossa amizade com
Ele seja cada vez mais intensa, e nos introduza na plena comunhão de amor com o seu
Filho, pão vivo descido dos céus, por forma a sermos renovados interiormente por Ele.
Depois da oração do Angelus, como dizíamos, o Papa elevou o pensamento às
populações asiáticas, pedindo orações e solidariedade para com eles. Ouçamos as suas
palavras:
“O meu pensamento vai, neste momento, às populações asiáticas,
de modo particular das Filipinas e da República Popular Chinesa, duramente atingidas
por chuvas violentas, assim como também àquelas do Noroeste do Irão, atingidas por
um violento terramoto. Estes eventos provocaram numerosas vítimas e feridos, milhares
de deslocados e ingentes prejuízos. Convido-vos a unir-vos à minha oração para quantos
perderam a vida e para todas as pessoas afectadas por tão devastadoras calamidades.
Que não falte a esses irmãos a nossa solidariedade e o nosso apoio.”