Diretor do Observatório Vaticano diz que “Curiosity” expandirá conhecimento humano
Cidade do Vaticano (RV) – O padre jesuíta José Funes está contente com o sucesso
da operação que culminou com a chegada do veículo Curiosity à superfície de Marte
e, adicionou que “todos deveriam estar felizes com o sucesso”.
O jesuíta argentino,
diretor do Observatório Vaticano, disse que missões com veículos são importantes para
“assegurar se podemos aprender um pouco mais sobre Marte e a possibilidade da existência
de elementos orgânicos na superfície do planeta vermelho” o que poderia indicar que
já houve ou poderia haver vida ali.
O Curiosity pousou em Marte no último domingo
e está programado para explorar o planeta por dois anos.
Padre Funes declarou
à Rádio Vaticano “pensar que o veículo foi batizado com um nome ideal já que a curiosidade
“é uma força guia para se fazer ciência, para se fazer pesquisas”. Os seres humanos
são, basicamente, curiosos e nós queremos conhecer como as coisas funcionam no universo:
qual é a lógica, quais são as leis no universo”.
Além disso, completou dizendo
que os seres humanos querem saber se outras formas de vida existem em outros lugares
que não seja a Terra.
Até agora não existe nenhuma evidência disso, “mas a
procura por vida fora da Terra ainda vale à pena. Podemos aprender tantas coisas,
mesmo que não encontremos sinais de vida”, disse Padre Funes.
Perguntado se
a Igreja teria algo a temer com a possível descoberta formas de vida em outros lugares,
Padre Funes disse: “claro que não. Não temos medo da ciência. A razão pela qual a
Igreja Católica mantém um observatório é porque nós não temos medo da verdade, qualquer
que possa ser”, assegurou.
Em 2008, numa entrevista ao L’Osservatore Romano,
o jornal do Vaticano, Padre Funes falou sobre a pesquisa por vida em outros planetas
e o que isso poderia significar no ponto de vista da fé cristã.
Como Deus criou
múltiplas formas de vida na terra, disse ele, podem existir diversas formas no infinito
do universo. “Isto não está em contraste com a fé porque não podemos impor limites
à liberdade criativa de Deus”, disse.
Perguntado sobre o que a existência de
vida alienigena poderia mudar na ideia cristã da Redenção, Padre Funes citou o Evangelho,
mais precisamente a parabola do pastor que deixou suas 99 ovelhas para procurar aquela
que se perdera.
“Nós que pertencemos à raça humana poderiamos ser essa ovelha
perdida, os pecadores que precisam de um pastor”, falou na entrevista em 2008.
“Deus
se tornou homem em Jesus para nos salvar. Então, se existem outros seres inteligentes,
não é dito que eles precisam de redenção. Eles podem ter permanecido um total amizade
com seu Criador”, disse.