“A fé deve ser repensada e vivida” D. Rino Fisichella, no “L’Osservatore Romano”
Sempre a propósito do Ano da Fé, interveio com um artigo no "L'Osservatore Romano”
o presidente do Conselho Pontifício para Promoção da Nova Evangelização, sublinhando
a necessidade de uma renovada preocupação dos crentes em apresentar os fundamentos
daquilo em que acreditam. “A fé deve ser repensada e vivida”, escreve o arcebispo
Rino Fisichella.
Para este responsável, a iniciativa deve fazer “sobressair
a grandeza do crer” e pôr em evidência “os motivos” pelos quais se acredita. O arcebispo
italiano sustenta que nas últimas décadas, “este tema não foi proposto na teologia
nem, por conseguinte, na catequese”. “Sem uma reflexão teológica sólida, que seja
capaz de produzir as razões do crer, a escolha do crente não será tal. Ela limita-se
a uma repetição cansada de fórmulas ou de celebrações, mas não acarreta consigo a
força da convicção”, alerta.
D. Rino Fisichella admite que se não pode falar
de fé como se “se tratasse de fórmulas químicas aprendidas de cor”. “No entanto, quando
falta a força da escolha sustentada por um confronto com a verdade sobre a própria
vida, tudo se fragmenta”, acrescenta.
O presidente do Conselho Pontifício para
a Nova Evangelização defende que a força da fé é “alegria de um encontro com a pessoa
viva de Jesus Cristo que muda e transforma a vida” e que o “saber explicar isso permite
aos fiéis serem novos evangelizadores num mundo que se transforma”. “O mundo de hoje
tem fome de testemunhas. Sente necessidade vital delas, porque procura coerência e
lealdade”, observa ainda D. Rino Fisichella, que conclui: “uma fé que traz consigo
as razões do coração é mais convincente, porque tem a força da credibilidade”.
* O
Ano da Fé, convocado por Bento XVI, vai iniciar-se no dia em que comemora o cinquentenário
da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965) e o 20.º aniversário da publicação
do Catecismo da Igreja Católica