2012-08-02 12:51:33

Congo: Igreja realiza a "Marcha da Esperança"


Kinshasa (RV) - “Mortes demais no Congo”, “Não à balcanização do país”: são alguns dos slogans cantados por mais de 100 mil cristãos que marcharam ontem, quarta-feira, em Kinshasa pela paz no leste do país, cenário de uma nova crise alimentada pela rebelião do Movimento 23 de março (M23), formado em abril por militares desertores.

A manifestação realizou-se de modo tranquilo na conclusão de três dias de orações convocados pela Conferência Episcopal do Congo. Na manhã de ontem os fiéis partiram das respectivas paróquias após a Santa Missa e atravessaram as principais ruas da capital concentrando-se no centro da cidade onde foram feitas as orações finais.

Outra manifestação de cristãos também foi realizada sem dificuldades em Bukavu, capital da província do Kivu-Sul.

Em Goma, capital da Província do Kivu-Norte, a coalizão de mulheres líderes de todas as confissões convidaram o povo congolês para “unir os seus esforços e trabalhar de forma coerente e unificada em uma luta para salvar todos” refere à emissora local “Rádio Okapi”. Em Kisangani, Província Orientale, em um encontro inter-religioso de organizações da sociedade civil foi lançado um apelo à conversão de Ruanda e de seus líderes para que descubram no Congo e nos congoleses um irmão ou uma irmã a ser amado e não agredido”.

Relatórios da ONU e de outras organizações não-governamentais denunciaram o envolvimento de Kigali na nova rebelião que teve início no Kivu-Norte, à qual fornece homens e apoio logístico. Na região, o movimento rebelde "M23", apoiado segundo Kinshasa por Ruanda, continua a avançar em direção de Goma, na rica região de minérios de Kivu-Norte. O exército congolês regular não consegue manter as suas posições.

Falando à Rádio Vaticano, o Secretário da Conferência Episcopal do Congo, Padre Léonard Santedi, falou da situação do país e dos motivos da “Marcha da esperança”:

“Nós recebemos este país em herança, e depois existe também a lei que reconhece este país e seu território. É o território reconhecido desde o nascimento da República Democrática do Congo: nós somos um único povo e portanto, se existe uma parte da população que sofre os tormentos da guerra, é necessário que todo o povo seja sensibilizado e deve mobilizar-se para defender este seu território, que é o nosso patrimônio! Está em jogo a unidade do povo congolês e do respeito às leis internacionais sobre a integridade do território da República Democrática do Congo, afirmou o sacerdote. (SP)







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