2012-07-31 12:41:00

Argentina: desordens em Reconquista


Reconquista (RV) - Uma grave emergência habitativa está criando tensão e desordens na cidade argentina de Reconquista. Cerca 500 famílias ocuparam nos últimos dias terrenos públicos e privados gerando problemas de ordem pública. Neste difícil contexto a Comissão Justiça e Paz, da Caritas e a Pastoral aborigena de Reconquista, preocupados pelo que está ocorrendo, e expremindo a sua proximidade aos sem-casa, sublinharam que “Deus destinou a terra e tudo o que ela contém ao uso de todos os homens e povos. Consequentemente – refere o jornal vaticano L'Osservatore Romano – os bens criados devem chegar a todos de modo igual sob a égide da justiça e em companhia da caridade.

“O que está ocorrendo na nossa cidade evidencia o problema da falta de casa e a desesperada busca de tantas famílias que aspiram a um teto decente onde viver. Esta situação desvela a falta de resposta por parte dos administradores, para resolver um delicado problema para todos, e ainda tão conhecido em todos os níveis do Estado – seja estadual que nacional – que deveria destinar verbas e meios adequados para resolver a situação”.

“Pensamos que seja necessário colocar em ato juntos caminhos de diálogo e criar um espaço de busca sincera de soluções de modo progressivo e participativo, em resposta às várias posições, mas sem perder de vista o bem comum. Do mesmo modo, pensamos que o respeito pelo direito de cada um nos impede de justificar como um meio justo de solicitação a usurpação de terrenos, seja publicos que privados. Haverá justiça também neste campo, somente se serão garantidos os legítimos direitos de todos os habitantes. A Igreja, através da Caritas, da Comissão Justiça e Paz, junto com outras Organizações não-governamentais (ONGs) e e entidades como o serviço jurídico de solidariedade, é testemunha da luta de muitas família, que sem renunciar à sua responsabilidade civil, procuram conseguir um pedaço de terra, um teto onde poder viver e crescer os próprios filhos com dignidade”.

“Com esse espírito continuamos a seguir os processos de participação na gestão, aquisição e apropriação para o acesso e regulamentação de terras e habitações, procurando fazer com que essas experiências inspirem e gerem políticas públicas de inclusão e e enraizamento. Para uma verdadeira mudança – concluíram – o compromisso deve vir das pessoas e das instituições”.

Entretanto, nos dias passados, por ocasião do Dia da Independência da Argentina, o Arcebispo de Mendoza, Dom José María Arancibia, sublinhou que “uma grande nação não pode se fundar sobre falsos ideais, nem sobre o benefício de poucos, mas deve se preocupar em defender os mais fracos. Devemos nos comprometer a constuir uma comunidade todos juntos, onde todos possam crescer na paz e no bem-estar”, finalizou. (SP)







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