Genebra (RV) – Luzes e sombras: assim, se poderia sintetizar o juízo expresso
num comunicado publicado pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) em mérito aos resultados
da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Unscd) Rio+20,
que se realizou de 20 a 22 de junho no Rio de Janeiro.
Partindo das “sombras”,
no comunicado se destaca que vários representantes de comunidades religiosas e da
sociedade civil “expressaram desapontamento pela falta de visão e de ambição” dos
participantes.
Cita-se o comentário do responsável do CMI pelo Programa sobre
a Criação e a Justiça Climática, Guillermo Kerber, que destaca que o documento final
da Rio+20 “não reflete a urgência das ameaças à vida sobre a terra assim como são
apresentadas pela comunidade científica”. Kerber acrescenta que “a comunidade internacional,
não tendo sido capaz de alcançar o consenso, optou pelo mínimo denominador comum,
evitando questões controvertidas “. E como resultado, conclui, “a terra e os mais
vulneráveis saem perdendo”.
Passando às luzes, se observa que, não obstante
essas sombras, houve alguns aspectos positivos na Rio+20, como a ampla citação dos
direitos, entre os quais o direito à água.
O CMI coordena, entre outras coisas,
a Rede ecumênica para a água, que é um organismo que representa várias comunidades
e ongs. O documento recorda que “água é vida. O direito à água é o direito à vida.
Ainda hoje, porém, bilhões de pessoas em todo o mundo não têm suficiente acesso à
água potável”. (BF)