Nova Délhi (RV) – As comunidades cristãs da Índia estão em alerta com o difundir-se
de uma iniciativa definida “Jihad do amor”: segundo um projeto bem organizado e financiado
inclusive do exterior, jovens muçulmanos radicais, sobretudo na Índia Ocidental, seduzem
e enganam jovens inocentes, hinduístas e cristãs, para depois se casar com elas e
utilizá-las em planos criminosos e atividades terroristas no país.
O fenômeno,
segundo a Igreja indiana, envolveu nos últimos anos mais de 2.800 jovens e chamou
à atenção das autoridades civis e religiosas. O último caso, como recorda à agência
Fides o “Global Council of Indian Christians”, diz respeito a uma mulher de Kochi,
em Kerala, Deepa Cheriyan, 31 anos, que se casou com um homem muçulmano e depois acabou
sendo cúmplice de atividades terroristas.
A jovem foi presa pela polícia indiana
pelo fornecimento de chips telefônicos (SIM) ao militante Thadiyantavide Nazir, do
grupo terrorista “Laskar-e-Taiba”. A prática da “Jihad do amor”, que veio à tona pela
mídia, suscitou a preocupação da Igreja Católica: a Comissão para a Harmonia Social
da Conferência Episcopal de Kerala refere num comunicado que 2.868 mulheres foram
vítimas da “jihad do amor” somente em Kerala, entre 2006 e 2009.
A Igreja
pediu às famílias que monitorem celulares e computadores de adolescentes e jovens,
de modo que possa combater este fenômeno. Os cristãos lançam um apelo “à parte mais
saudável da nossa sociedade na Índia, independentemente das próprias tradições religiosas,
inclusive os nossos amigos muçulmanos, para que se combata em conjunto esses forças
perversas, que ameaçam a paz e a harmonia entre os diversos grupos religiosos na Índia”.
O Primeiro-ministro de Kerala, o cristão Oomen Chandy, convidou toda a população
a não generalizar, recordando a legitimidade dos inúmeros matrimônios inter-religiosos
celebrados com o consenso, e advertindo para o risco de instrumentalizar esses casos
criminosos para atingir toda a comunidade muçulmana. (SP)