Papa no Angelus: “O Maligno semeia guerra; Deus cria paz”
Castel Gandolfo (RV) - “O Maligno semeia guerra; Deus cria paz”. É a mensagem
que o Papa Bento XVI lançou hoje na sua alocução que precedeu a oração mariana do
Angelus em Castel Gandolfo. De fato – disse o Papa aos fiéis reunidos no pátio interno
da Residência Apostólica de verão -, o Maligno procura sempre arruinar a obra de Deus,
semeando divisão no coração humano, entre corpo e alma, entre o homem e Deus, nas
relações interpessoais, sociais, internacionais, e também entre o homem e a criação”.
Para
fazer essa reflexão o Papa partiu da memória litúrgica deste domingo. “Entre as "ovelhas
perdidas" que Jesus conduziu à salvação há também uma mulher chamada Maria, originária
do vilarejo de Magdala, no Lago de Galiléia, e por isso chamada de Madalena. Hoje
a Igreja recorda a sua memória litúrgica. Diz o Evangelista Lucas que dela Jesus fez
sair sete demônios (cf. Lc 8,2), ou seja, a salvou de uma total escravidão do mal.
E o Papa continuou:
“No que consiste esta cura profunda que Deus realiza
através de Jesus? Consiste em uma paz verdadeira, completa, fruto da reconciliação
da própria pessoa e de todos os seus relacionamentos: com Deus, com os outros, com
o mundo”.
Citando a Carta de São Paulo aos Efésios, o Papa acrescentou:
“Cristo é a nossa paz. De dois povos, ele fez um só. Na sua carne derrubou o muro
da separação: isto é a inimizade. Para realizar essa obra de reconciliação radical
de Jesus, o Bom Pastor, teve que se tornar o Cordeiro, "... o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo" (Jo 1,29).
Bento XVI afirma que as leituras bíblicas
deste domingo recordam que “Deus é o Pastor da humanidade”:
“Isto significa
que Deus quer para nós a vida, quer nos guiar a bons prados, onde podemos nos alimentar
e descansar; não quer que nos percamos e que morramos, mas que cheguemos ao destino
do nosso caminho, que é precisamente a plenitude da vida. Isso é o que todo pai e
toda mãe quer para seus filhos: o bem, a felicidade, a realização”.
Em
seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.
Antes de se despedir dos
mais de 4 mil fiéis presentes em Castel Gandolfo, Bento XVI recordou que dentro de
alguns dias terá início em Londres, a 30ª Edição dos Jogos Olímpicos:
“As
Olimpíadas são o maior evento esportivo mundial do qual participam atletas de muitas
nações e, como tal se reveste de um forte valor simbólico. Por isso a Igreja Católica
o vê com particular simpatia e atenção. Rezemos para que, segundo a vontade de Deus,
os Jogos Olímpicos de Londres sejam uma experiência de fraternidade entre os povos
da Terra”.
Saudando os fiéis e peregrinos de língua inglesa o Santo Padre
se disse “profundamente chocado pela insensata violência que ocorreu em Aurora, Denver”,
na chacina dentro de um cinema na qual perderam a vida pelo menos 12 pessoas e outras
50 ficaram feridas; o Papa se disse entristecido também pela perda de vidas no recente
desastre com um barco perto de Zanzibar.
“Compartilho a angustia das famílias
e dos amigos das vítimas e dos feridos, especialmente as crianças. Asseguro a todos
a minha proximidade na oração e concedo a todos a minha Benção com penhor de consolação
e força em Cristo ressuscitado”. (SP)