2012-07-21 16:13:34

Dinheiro e transparência: Editorial do P.Lombardi


Foi publicado no passado dia 18 pela Moneyval, o primeiro relatório sobre as medidas tomadas pelo Estado do Vaticano contra a reciclagem de dinheiro da corrupção e contra o financiamento do terrorismo. A este tema dedicado o editorial “Octava Dies” do nosso director geral, P. Federico Lombardi, intitulado dinheiro e transparência. Ouçamos…

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“Foi publicado, na semana passada, um relatório pormenorizado sobre o empenho do Vaticano para a sua inserção no sistema internacional dos controlos e medidas no sentido de combater as novas formas de criminalidade no campo económico e financeiro: a reciclagem e o financiamento do terrorismo. O relatório é formulado pelo Moneyval, organismo do Conselho da Europa, competente na matéria. A avaliação diz que, embora haja ainda muito por fazer, o Vaticano já fez muito, está no bom caminho.

Para a Santa Sé, empreender este caminho foi uma decisão corajosa e inovadora que corresponde bem à linha de uma coerente transparência, solicitada pelo Papa em todos os campos.

Como sabemos, o dinheiro pode servir para fazer muitas coisas boas, e até é, muitas vezes, necessário para realizar projectos maravilhosos mas, por outro lado, não é a salvação, e não são poucas as vezes em que o seu uso é arriscado, ora por falta de prudência, ora porque desencadeia a paixão desordenada do ter.

Que a comunidade internacional se preocupe em estabelecer regras e controlos para tutelar o bem comum é muito positivo e até mesmo necessário. Que as instituições eclesiásticas participem seria e humildemente nisso é justo e imperativo, pois que não existe nenhum motivo para pensar que sejam mais competentes e mais capazes do que as outras, na instituição de tais controles. Até porque às vezes a confiança nas boas intenções pode fazer abaixar a vigilância.

Rigor e boa administração, transparência no balanço e procedimentos, respeito pela legalidade. A todos os níveis, em todas as partes do mundo e em todos os campos, da caridade, educação, saúde … O caminho a percorrer é longo e difícil para todos, mesmo para as organizações católicas. As situações são várias e exigentes; mas não haja dúvida de que se está no caminho certo, sobretudo se levarmos em consideração que isto é também um pressuposto para a credibilidade da missão espiritual e moral, o que é no fundo o mais importante de tudo.

Fazemos votos de que a experiência posta em acto pelo Vaticano nas relações com o Moneyval seja uma boa decisão e um bom exemplo para toda a Igreja.”







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