Núncio relata drama da população síria

Damasco (RV) – Horas de tensão na Síria, onde a situação degenerou nos últimos dias. Somente na quinta-feira, pelos menos 245 pessoas morreram em todo o país – o balanço mais duro desde o início dos confrontos, 16 meses atrás.

Os combates prosseguiram durante toda a noite em diversos bairros de Damasco pelo sexto dia consecutivo. Diante da ofensiva dos rebeldes, o exército intensificou as operações no centro da capital, com a presença de mais de 15 carros armados.

Essas informações foram confirmadas pelo Núncio Apostólico na Síria, Dom Mario Zenari. Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Zenari relatou o drama da população:

''Estamos vivendo uma situação muito grave nesses dias em Damasco. Esperamos ajuda da comunidade internacional, que tem que encontrar uma unanimidade para ajudar a Síria a sair desta terrível espiral de violência. As pessoas estão com medo e se vê pelas ruas caminhões repletos de gente fugindo.”

Também os bispos europeus emitiram esta quinta-feira um comunicado, pedindo o cessar imediato da violência.

"Há meses, a Igreja e toda a comunidade internacional olham com grande apreensão e profunda tristeza para a violência na Síria, onde as armas parecem ter substituído o diálogo. Fazemos votos de que as autoridades do país, a população e todos os fiéis, de todas as religiões, olhem para Deus e encontrem o caminho que faça acabar com todas as hostilidades, depor as armas e empreender o caminho do diálogo, da reconciliação e da paz. Este conflito só pode provocar, inevitavelmente, lutos, destruições e graves consequências para o nobre povo sírio. A guerra é um beco sem saída. A felicidade só pode ser alcançada em conjunto, jamais na prepotência de uns contra os outros. "

O Conselho das Conferências Episcopais da Europa afirma que os próximos dias podem ser decisivos para os êxitos deste crise. "Exortamos, portanto, todos os cristãos da Europa a multiplicarem seu empenho de oração pela paz naquela região. Estamos certos de que, com a ajuda de Deus, o bom senso pode prevalecer e produzir uma convivência pacífica na verdade, na justiça, no amor, na liberdade e no respeito de todas as minorias."
(BF)