São Paulo (RV) - A Igreja mais antiga de São Paulo, a Capela de São Miguel
Arcanjo, em São Miguel Paulista, na zona leste, completa nesta quarta-feira 390 anos.
Depois das obras iniciadas em 2006, a construção de 1622 foi totalmente restaurada,
ganhou museu e ainda viu a redescoberta de duas pinturas murais que estavam escondidas
atrás de altares havia pelo menos 250 anos.
Restauro
A histórica
capela passou por um longo processo de restauração, dividido em duas etapas. Na primeira
fase, que durou de 2006 a 2009, a meta foi recuperar o edifício estruturalmente. “Havia
problemas elétricos, hidráulicos e de infiltração de água”, lembra o gestor do local,
Alexandre Galvão.
Paralelamente a esse trabalho, uma equipe de arqueólogos
e historiadores se debruçou sobre fatos, documentos e registros para que, pela primeira
vez, a história da capela fosse recuperada de forma oficial. “No Vaticano, descobrimos
cartas de Anchieta a outros jesuítas que nos ajudaram a entender como o povoado nasceu
e como a primeira igrejinha foi feita”, conta Galvão. A carta mais antiga encontrada
foi escrita em 12 de outubro de 1561. Todo esse material fez com que os administradores
do templo vislumbrassem a instalação de um museu. “Passamos a recuperar as imagens
esculturais”, diz Galvão. “Quando restaurávamos os altares, descobrimos, escondidas
atrás de dois deles, pinturas murais que estavam ocultas e ao mesmo tempo protegidas”,
relata o restaurador Julio Moraes. “Foi uma importante surpresa”.
Essas pinturas
estão sendo cuidadosamente restauradas. “O trabalho deve ser concluído em novembro”,
estima Moraes. Acredita-se que esses murais tenham sido pintados no século 17. E estavam
cobertos pelos altares desde cerca de 1760.
Quem quiser conferir essas obras,
entretanto, precisa se apressar. Concluído o processo de restauro, elas deverão ser
novamente “escondidas” pelos altares, por determinação dos órgãos de proteção do patrimônio.
Mas haverá reprodução fotográfica delas no museu, que está aberto desde 2010 e atrai
cerca de 400 pessoas por mês.