Termina encontro de Agostinianos leigos em Roma; Brasil marca presença

Cidade do Vaticano (RV) – Após uma semana de encontro no Vaticano, termina nesta terça-feira o III Congresso dos leigos agostinianos. O centro das discussões girou em torno do tema escolhido para este ano: “Na estrada com Santo Agostinho: ser o Corpo de Cristo para o mundo atual”.

O Prior geral da Ordem de Santo Agostinho, Pe. Robert Prevost, fez um balanço:

“Este ano convidamos representantes de diversos grupos da família agostiniana para refletirmos, juntos, a participação da família agostiniana na vida da Igreja, na construção do Corpo de Cristo. Dialogamos e aprofundamos o sentido da nossa participação na Igreja, na única grande família de Deus. Tudo sempre a partir da nossa espiritualidade, do nosso compromisso em promover a comunhão vivendo em comunidade, partilhando a vida”.

O Brasil também esteve representado no Congresso. Daniel Bio, da Comunidade de São Carlos Barromeu, de Minas Gerais, conversou com nosso colega Alberto Goroni.

“É muito importante este Congresso que nós estamos vivendo agora porque esta partilha do conhecimento das várias regiões do mundo, dos movimentos, do que as pessoas estão fazendo, daquilo que os agostinianos estão fazendo no mundo inteiro, alimenta nossa expectativa e o nosso trabalho com novas realidades e conhecimentos. Saber o que os nossos irmãos estão fazendo é, por si só, uma troca de experiência muito rica que nos faz caminhar com mais segurança. Isso porque, muitas vezes, quando você caminha sozinho não sabe bem se está caminhando corretamente e, quando você partilha com os irmãos, adquire novas experiências e alimenta a sua força para continuar caminhando dentro da filosofia de Santo Agostinho”.

Daniel Bio falou ainda sobre o papel dos agostinianos leigos hoje no mundo.

“O carisma dos agostinianos é voltado à acolhida e à partilha. Algo que você aprende desde pequeno, com a família e com a convivência com os agostinianos – frades e leigos – e é o carisma que é passado de geração em geração. Qual é o perfil, a necessidade dos leigos nos dias de hoje? É justamente ser as pessoas que propagam esse conhecimento, essa doutrina, essa filosofia de Santo Agostinho. Principalmente, demonstrando na partilha do pão, dos bens e do conhecimento e no acolhimento aos mais necessitados. Então, reconhecer a necessidade do seu irmão, acolher o seu irmão e partilhar com ele, se não bens materiais, pelo menos bens espirituais. O conhecimento e a filosofia agostiniana: esse é o papel dos leigos agostinianos no mundo inteiro”.

Por fim, Daniel adiantou como os agostinianos estão se preparando para receber os peregrinos do mundo inteiro que vão chegar ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013.

“Esse é um trabalho muito importante que já começamos há algum tempo. Estamos nos preparando para realmente mostrar ao mundo todo como é a acolhida do Brasil. Como nós podemos abraçar a todos os jovens e, como nós, brasileiros, estamos buscando levar a eles a filosofia cristã e agostiniana para que eles sejam o Corpo de Cristo. O jovem tem que entender que desde pequeno, na família, ele aprende a ser o Corpo de Cristo. Temos que, de uma certa forma, mostrar que ele pode viver em comunidade, dentro do Corpo de Cristo, que é a Igreja, desde pequeno até a idade madura. Que ele também pode caminhar conosco desde a infância até a maturidade da velhice até compartilhar com Cristo na vida eterna. Esse é o espírito que temos no Brasil, de abraçar a todos, abraçar o mundo, isso que nos diferencia de outros povos. Em outras partes do mundo você é um pouco mais frio, tem dificuldade em fazer contato. O brasileiro tem essa característica: de beijo, de abraços, de acolhida. Essa é a nossa característica, é isso que nos diferencia”.

(AG/RB)