2012-07-14 10:43:36

Editorial de Pe. Federico Lombardi: quando a música faz um acorde de paz


Cidade do Vaticano (RV) - Por vezes um acorde de notas, assim como uma imagem, vale mais do que tantas palavras sobre a paz. Mais ainda, se quem toca essas notas são artistas cujo fato de estar um ao lado do outro é um "milagre" de coexistência, essas notas se tornam um símbolo de fraternidade.

Foi o que aconteceu quarta-feira passada, quando, em Castel Gandolfo – onde se encontra a residência pontifícia de verão –, a West-Eastern Divan Orquestra, dirigida pelo Maestro Daniel Baremboim, se apresentou ao Papa.

Trata-se de um evento sobre o qual se detém o Diretor-Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, em seu editorial da semana:

"O concerto em Castel Gandolfo por ocasião da festa de São Bento, na presença do Papa, foi extraordinário! A iniciativa do presidente italiano Giorgio Napolitano de fazer com que o Papa encontrasse a famosa Orquestra de jovens músicos israelenses, palestinos e de outros países árabes, fundada pelo grande diretor judeu Daniel Barenboim e pelo literato palestino Edward Said, foi uma idéia genial. As duas sinfonias de Beethoven executadas, a quinta e a sexta – como recordou o Papa – expressam respectivamente os dois aspectos fundamentais da vida: o drama e a paz. Realmente o exercício da arte, para muito além do buscar um prazer extasiante, pode tornar-se uma mensagem forte de valores vitais para a humanidade. Pode fundir juntos, graças à música, os talentos de povos de cultura e religiões diferentes para fazê-los embaixadores de paz! Judeus, muçulmanos e cristãos que afinam não somente os seus instrumentos para a harmonia dos sons, mas os seus ânimos para a harmonia do saber viver e construir juntos!
O Papa se prepara para uma viagem ao Líbano em setembro próximo, para levar aos fiéis e aos povos do Oriente Médio os frutos da assembleia sinodal celebrada dois anos atrás pelos bispos da região. Desde então os países árabes entraram em profundo fermento, a Síria encontra-se martirizada pela violência, a Terra Santa continua esperando a solução de conflitos e tensões intermináveis. Mas como disse o Papa, é preciso continuar trabalhando pela paz, "deixando de lado a violência e as armas, empenhando-se pela conversão pessoal e comunitária, com o diálogo e com a paciente busca dos entendimentos possíveis". Este concerto é um sinal de esperança, talvez um pequeno sinal, mas de intensíssima força espiritual. Faço votos de bom êxito também para a próxima viagem do Papa." (RL)







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