Santa Sé pede ratificação do Tratado de Comércio de Armas
Nova Iorque (RV) – Está em andamento na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque,
a Conferência sobre o Tratado de Comércio de Armas.
Nos dias passados, o Chefe
da Delegação vaticana, Dom Francis A. Chullikatt, fez seu pronunciamento ressaltando
que a Santa Sé continua a acreditar que um Tratado de Comércio de Armas pode fazer
uma diferença importante para milhões de pessoas que se confrontam diariamente com
a privação, a insegurança e o medo relacionados com a transferência não regulamentada
e irresponsável de armas e munições.
“Dentro dessa perspectiva, a Santa
Sé deseja reiterar a visão de que o principal objetivo do Tratado não é apenas a regularização
do comércio de armas convencionais, mas é, acima de tudo, o desarmamento do mercado
ilícito internacional. Isto tem de ser salientado, de modo a colocar a pessoa humana
no centro deste Tratado.”
Para Dom Chullikatt, o debate em torno deste tema
deu a oportunidade para salientar mais uma vez o impacto pernicioso do comércio ilícito
de armas sobre o desenvolvimento, a paz, os direitos humanos. “Armas não podem simplesmente
ser comparadas a outras mercadorias. Elas precisam de uma regulamentação especializada,
capaz de prevenir, combater e erradicar o comércio ilícito e irresponsável de armas
convencionais. Este esforço exige o envolvimento de todos os membros da comunidade
internacional: Estados e organizações internacionais, ONGs e o setor privado.”
Outro ponto mencionado por Dom Chullikatt foi assistência às vítimas, que
deve ser mantida e, se possível, reforçada.
Controlando a proliferação de armas
e reduzindo seu comércio global, que alimenta conflitos e instabilidade, diminui-se
consequentemente o número de vítimas, que poderiam receber uma assistência mais digna.
A redução da demanda por armas pode ser alcançada através de iniciativas e programas
educacionais de conscientização pública envolvendo todos os setores da sociedade,
inclusive organizações religiosas.
Por fim, Dom Chullikatt reitera que a
Santa Sé não poupará qualquer esforço para implementar e promover atividades destinadas
a difundir uma cultura de paz e contrastando uma cultura da criminalidade e da violência
através de programas educativos e de conscientização pública.