Santa Sé toma oficialmente posição sobre ordenações episcopais na China
(10/07/2012) Numa Nota oficial hoje publicada, a Santa Sé condena a ordenação episcopal
ilegítima, no passado dia 6, em Harbin, na China, do reverendo José Yue Fusheng. Ordenado
sem mandato pontifício, incorreu automaticamente na excomunhão, como previsto pelo
Código de Direito Canónico. Por outro lado, a Santa Sé exprime apreço em relação a
todos os chineses que rezarem para que o reverendo Fusheng agisse diversamente e confia
no efetivo desejo de diálogo declarado pelas autoridades governamentais chinesas.
“A
Santa Sé – lê-se na Nota – não reconhece o reverendo Yue Fusheng como bispo da administração
apostólica de Harbin. Ele não detém autoridade para governar os sacerdotes e a comunidade
católica” local. Por maioria de razão pelo facto de que o reverendo “tinha sido informado
a seu tempo que não podia ser aprovado pela Santa Sé como candidato episcopal e repetidamente
lhe tinha sido pedido que não aceitasse a ordenação episcopal sem mandato pontifício”:
A Nota oficial recorda também que “os bispos que tomaram parte na ordenação episcopal
ilegítima, expondo-se às sanções previstas pela lei da Igreja, devem informar a Santa
Sé sobre a respetiva participação na cerimónia religiosas”. Exprime-se, pelo
contrário, apreço em relação àqueles “sacerdotes, pessoas consagradas e leigos que
rezaram e jejuaram invocando o arrependimento do reverendo Fusheng , a santidade dos
sacerdotes e a unidade da Igreja na China”, Daqui o convite a “todos os católicos
da China – pastores, sacerdotes, pessoas consagradas e leigos,”, a fim de que “defendam
e salvaguardem o que pertence à doutrina e à tradição da Igreja”, pois “mesmo nas
presentes dificuldades eles encaram confiadamente o futuro, confortados pela certeza
de que a Igreja está assente na rocha de Pedro e dos seus sucessores”.
Finalmente,
a Nota da Santa Sé indica como “motivo de apreço e de encorajamento” a ordenação do
ver. Tadeu Ma Daqin a bispo auxiliar da diocese de Xangai, ocorrida no sábado, dia
7. Contudo, considera-se “inoportuna” “ a presença de um bispo que não está em comunhão
com o Santo Padre”, facto visto como demonstrando “falta de sensibilidade em relação
a uma ordenação episcopal legítima”.
A Nota hoje divulgada segue-se a uma
outra, de 4 de Julho passado, da responsabilidade da Congregação para a Evangelização
dos Povos, em que já se condenava a ordenação do revê. Yue Fusheng, que tinha sido
“programada de forma unilateral”, estando assim destinada a produzir “divisões, lacerações
e tensões na comunidade católica da China”.