Conflito em Cajamarca: presidente propõe mediação da Igreja
Lima (RV) – Depois de uma semana de sérios protestos contra o projeto mineiro
Conga, que causaram a morte de cinco pessoas em Cajamarca, o governo peruano decidiu
manter o estado de emergência na região e declarou o início de um diálogo mediado
pela Igreja Católica. O anúncio foi dado pelo próprio Presidente do Peru, Ollanta
Humala, à imprensa local.
Os conflitos originados pelos protestos contra um
projeto da empresa mineradora americana Newmont na cidade de Cajamarca, deixaram esta
semana cinco mortos. Os confrontos ocorreram no contexto de uma greve por tempo indeterminado
que já leva 33 dias em Cajamarca contra o projeto da mineradora americana.
Em
sua primeira declaração a respeito, o Arcebispo de Trujillo e ex-Presidente da Conferência
Episcopal, Dom Miguel Cabrejos, confirmou ter aceitado o pedido de mediação, mas enfatizou
que atuará para acalmar os ânimos e proporcionar um diálogo racional.
O Presidente
da região de Cajamarca, Gregorio Santos, recebeu o Arcebispo, acompanhado pelo sacerdote
Gaston Garatea, para estabelecer as modalidades de diálogo e propor opções para a
solução definitiva do problema.
A população teme a contaminação dos mananciais
e as consequências para sua vida. O governo deu sinal verde às obras depois que a
empresa Yanacocha (que pertence ao projeto Conga) havia aparentemente aceito as novas
condições impostas pelo Presidente peruano, Ollanta Humala. Dentre estas, estão a
manutenção de dois dos quatro lagos que devem ser secados para a extração de ouro
e cobre; a criação de uma reserva hídrica 4 vezes maior do que a proposta inicialmente;
um fundo social e 10 mil empregos. A população, no entanto, está céptica em relação
ao respeito das promessas por parte da empresa mineira. (CM)