Nova Iorque (RV) – Com um atraso de um dia, teve início a Conferência da Nações
Unidas para o Tratado sobre o Comércio de Armas (Att, Arms Trade Treaty), na sede
da instituição, em Nova Iorque.
A abertura foi feita pelo Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon. “No decorrer dos anos, fizemos progressos sobre a questão das
armas de destruição em massa, mas a comunidade internacional está atrasada quando
às armas convencionais”, declarou Ban Ki-moon, acrescentando que “as armas nucleares
conquistam as manchetes, mas as armas convencionais matam todos os dias.
A
abertura, que atrasou devido a uma controvérsia sobre a modalidade da participação
palestina, elegeu o diplomata argentino Roberto Garcia Moritan como Presidente da
Assembleia.
Este evento em Nova Iorque constitui uma etapa fundamental para
alcançar um Tratado sobre o comércio de armas. Nas próximas semanas, até o dia 27,
os representantes de 193 Estados negociarão um acordo fundamental para controlar o
comércio de armas com regras claras e compartilhadas. A Santa Sé participa da Conferência
com o status de observador.
A propósito, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI)
lidera uma campanha para que este novo Acordo proteja as personas e comunidades expostas
a riscos pelo uso das armas.
A campanha envolve mais de 30 países. Alguns
participantes provêm de países que se beneficiam com o comércio de armas, outros provêm
de países que saem prejudicados e sofrem as consequências deste comércio.
Até
agora, representantes da campanha se reuniram com mais de vinte governos da África,
Ásia, Europa e Américas para estudar medidas que fortaleçam o Tratado e o torne mais
eficaz.
A campanha ecumênica afirma que o acordo deve proibir a venda de armas
onde existe “risco considerável” de sérias violações dos Direitos Humanos.
Igrejas
radicadas em países com os maiores fabricantes de armas, como Estados Unidos, Suécia
e Noruega aderiram à campanha ao lado das igrejas radicadas em países onde as mesmas
armas alimentam conflitos e violência, como República Democrática do Congo, Uganda
e Serra Leoa.
Mais de cem líderes religiosos – cristãos, muçulmanos, judeus
– assinaram uma declaração inter-religiosa de apoio ao Tratado de Regulamentação do
Comércio de Armas.