Dom Moacyr Grecchi: "Missionário deve vir para aprender"
Santarém (RV) - Esta semana, de 2 a 6 de julho, a cidade paraense recebe os
bispos dos regionais Norte 1, 2 e Noroeste da CNBB para o 10º Encontro da Igreja na
Amazônia. O evento deve ser uma celebração e avaliação da caminhada da Igreja na região
nos últimos 40 anos, inspirada pelo Documento de Santarém (1972).
Na avaliação
do bispo emérito de Porto Velho (RO), Dom Moacyr Grecchi, o balanço que pode ser feito
das últimas quatro décadas é positivo, inclusive pelos avanços na formação dos leigos,
da pastoral indígena e da formação sociopolítica das comunidades. Entretanto, há antigos
e novos desafios a serem enfrentados.
Em entrevista concedida ao site da CNBB,
Dom Moacyr define o Documento de Santarém como “a carteira de identidade da Igreja
da Amazônia”. Ele mostra como foi se conformando o nosso rosto, e como a Igreja foi
tomando o rosto amazônida. A primeira prioridade é formação de agentes pastorais,
em todos os níveis: desde o coroinha, o catequista, o bispo. A segunda prioridade
foi a formação das comunidades de base: comunidades menores, base de uma Igreja local,
onde se pode viver melhor o espírito das comunidades primitivas e receber os sacramentos.
A terceira prioridade era a pastoral indigenista, e a quarta foi o incentivo à participação
nas frentes pioneiras, como as estradas.
Na programação do 10º Encontro de
Santarém, está prevista a coleta de sugestões para uma “Evangelização Encarnada, Missionária
e Profética na Amazônia”. Dom Moacyr aponta: “A pior praga é um missionário que vem
pra ensinar. Ele deve vir para aprender também, e assumir a Igreja daqui, que tem
muita coisa para ensinar. É preciso preparar e formar o missionário, de preferência
aqui, para que ele valorize o que temos de bom”. (CM)