Nova Evangelização e Redemptoris missio: anunciar Cristo a todos os povos
Cidade do
Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, eis-nos de volta ao nosso encontro semanal neste
espaço de formação e aprofundamento dedicado à Nova Evangelização, questão prioritária
para a Igreja em nossos dias.
Nesta edição retomamos nossa revisitação à Redemptoris
missio, concluindo a introdução à encíclica de João Paulo II de 7 de dezembro
de 1990 sobre a validade permanente do mandato missionário.
De fato, na edição
passada nos ocupamos do nº 2 do documento magisterial, número este no qual o Papa
Wojtyla nos apresenta motivos e finalidades de sua encíclica. Antes de passarmos ao
nº 3, retomemos brevemente o texto apenas para acenar alguns pontos importantes os
quais vale a pena evidenciar.
O Pontífice destaca a consolidação de uma nova
consciência, ou seja, de que a missão compete a todos os cristãos. O Papa fala de
uma <> do cristianismo, sem negar com isso uma tendência negativa
a que o Documento se propõe a ajudar a superar: João Paulo II sobre um <>
da missão ad gentes (a missão além-fronteiras).
Ao verificar-se a existência
de um enfraquecimento do dinamismo missionário da Igreja, o Papa Wojtyla faz tal constatação
destacando que o impulso missionário sempre foi um sinal de vitalidade da Igreja,
"assim como a sua diminuição constitui um sinal de crise da fé".
Portanto,
a crise da espiritualidade missionária é sinal de crise da própria fé, razão pela
qual o Papa quer com essa encíclica convidar a Igreja a renovar o seu empenho missionário.
"É
dando a fé que ela se fortalece!" – afirma o Papa. De fato, a fé amadurece quando
se comunica. A fé alcança a sua maturidade não quando é recebida, mas somente quando
é comunicada. Em outras palavras, a fé recebida não pode ser guardada para nós mesmos,
mas deve ser comunicada aos outros.
Nesse contexto, João Paulo II evoca a urgência
da evangelização missionária afirmando que "ela constitui o primeiro serviço que a
Igreja pode prestar ao homem e à humanidade inteira".
No número seguinte (nº
3), o Papa afirma que o número daqueles que ignoram Cristo, e não fazem parte da Igreja,
está em contínuo aumento. João Paulo II lê esse fato como um drama, porque "o homem
precisa conhecer Cristo para conhecer a si mesmo" (Conf. nº 2).
Mas passemos
ao n.3 da Redemptoris missio, concluindo assim – como dissemos – a introdução
da Carta encíclica de João Paulo II. Diz o texto:
3. "Povos todos, abri as
portas a Cristo! O Seu Evangelho não tira nada à liberdade do homem, ao devido respeito
pelas culturas, a tudo quanto de bom possui cada religião. Acolhendo Cristo, abri-vos
à Palavra definitiva de Deus, Àquele no qual Deus se deu a conhecer plenamente e nos
indicou o caminho para chegar a Ele. O número daqueles que ignoram Cristo, e não
fazem parte da Igreja está em contínuo aumento; mais ainda: quase duplicou, desde
o final do Concílio. A favor desta imensa humanidade, amada pelo Pai a ponto de lhe
enviar o Seu Filho, é evidente a urgência da missão. Por outro lado, a época que
vivemos oferece, neste campo, novas oportunidades à Igreja: a queda de ideologias
e sistemas políticos opressivos; o aparecimento de um mundo mais unido, graças ao
incremento das comunicações; a afirmação, cada vez mais frequente entre os povos,
daqueles valores evangélicos que Jesus encarnou na sua vida: paz, justiça, fraternidade,
dedicação aos mais pequenos; um tipo de desenvolvimento econômico e técnico sem alma,
que, em contrapartida, está a criar necessidade da verdade sobre Deus, o homem e o
significado da vida. Deus abre, à Igreja, os horizontes de uma humanidade mais
preparada para a sementeira evangélica. Sinto chegado o momento de empenhar todas
as forças eclesiais na nova evangelização e na missão ad gentes. Nenhum crente, nenhuma
instituição da Igreja se pode esquivar deste dever supremo: anunciar Cristo a todos
os povos."
Amigo ouvinte, como ressaltado, nossa revisitação a alguns documentos
magisteriais pertinentes à missionariedade da Igreja se insere como iniciativa preparatória
para o próximo Sínodo dos Bispos, programado para outubro próximo, cuja edição terá
como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã", ocasião na qual
os padres sinodais deverão buscar responder ao chamado da Igreja à urgência de uma
nova evangelização.
Amigo ouvinte. Semana que vem tem mais, se Deus quiser!