Religiosos paraguaios deploram clima de instabilidade no país
Assunção (RV) - A Conferência dos Religiosos do Paraguai divulgou um comunicado
para manifestar sua posição perante os últimos acontecimentos políticos e sociais.
Em nossa visão cristã, escrevem os religiosos, o uso da violência e da criminalidade
nunca será aceito como meio de fazer reivindicações nem para defender interesses.
Deploramos a morte dos camponeses e dos policiais, e exigimos com vigor o esclarecimento
desses fatos. Eles se referem aos trágicos eventos da morte de camponeses e policiais,
em Estancia Campos Morombí, com a sucessiva decisão de submeter a juízo político o
Presidente da República.
A propósito, afirmam que chama à atenção a rápida
reação dos partidos políticos e dos seus representantes que aceitaram promover o julgamento
político do Presidente nas duas câmaras do Congresso Nacional, que embora sendo um
procedimento constitucional, o modo como se procede “gera fundadas suspeitas de manipulação,
comprometem gravemente o processo legitimamente instituído da eleição popular”.
O
religiosos consideram uma falta de respeito à vida e à dignidade humana o fato de
que se usem mortes para criar um clima de instabilidade, para estigmatizar os camponeses
e criminalizar as suas organizações, para exasperar a polícia e os militares, instaurando
um clima de terror com que dissuadir e desmobilizar os cidadãos indignados.
“Sentimo-nos
parte de uma Igreja empenhada pela paz que advém da justiça, que abraça com amor especial
os mais pobres, e convidamos todos os setores da sociedade a dar o melhor de si na
tarefa de construir um povo de irmãos, no trabalhar por uma equidade maior na distribuição
dos bens, rumo a um futuro promissor.”