Uberaba (RV) - Numa única festa celebramos a vida dos apóstolos Pedro e Paulo,
porque os dois perseguiram um mesmo objetivo, o seguimento de Jesus Cristo, terminando
no martírio. Pedro era muito ligado ao povo judeu, e Paulo, numa visão bem missionária,
vai às demais nações de seu tempo. Além da força das suas palavras, eles foram verdadeiras
testemunhas de fé e compromisso com Jesus Cristo.
Na convivência com o Mestre,
esses dois apóstolos contribuíram na construção de uma consciência coletiva sobre
a identidade da vivência cristã. Mas era preciso compreender quem era Jesus Cristo
e qual o verdadeiro sentido de sua mensagem. Só a partir daí foi possível dar solidez
ao projeto da construção do Reino.
Em Pedro e Paulo está assentada a Igreja,
sendo eles as principais colunas de sua sustentação. É uma construção feita no meio
das forças do antirreino, no mundo da maldade e de tudo que é desconstrução do bem
e da vida das pessoas. É um processo que continua na história, enfrentando o mal da
cultura moderna.
Ambos fizeram o caminho da libertação, tendo como fim, a condenação.
Na dimensão do Reino de Deus, só consegue libertar quem é capaz de dar a vida por
aquele que vive em situação de indignidade. Pedro morreu crucificado de cabeça para
baixo, e Paulo, degolado, coincidente e curiosamente, em Roma, onde foram sepultados
e tidos como marcos da Igreja. Devemos entender que o martírio, por causa do Evangelho,
é valorizado pela Igreja como autêntica oferta ou sacrifício. Fruto de um longo combate
na fé e, ao mesmo tempo, confirma uma situação de vitória, por ser uma doação feita
em nome de Deus. É consequência de um projeto assumido em vista do bem.
Não
é fácil ter fidelidade em relação à vida, principalmente quando temos que enfrentar
críticas e perseguições. Não conseguimos vencer por dizer muitas palavras, mas por
ter uma vida marcada pelo testemunho de autenticidade na prática da fé e da vida cristã.
O testemunho supõe determinação e coragem no que é assumido.