Cidade do Vaticano
(RV) – Porto Príncipe, 12 de janeiro de 2010. Um terremoto de 7 graus na escala
Richter assola a capital do Haiti.
Pouco mais de um mês depois, em 24 de fevereiro
de 2010, o número de vítimas era de 222.517. Os danos materiais: incalculáveis. A
Cruz Vermelha e as Nações Unidas disseram que cerca de 3 milhões de pessoas foram
afetadas pelo terremoto.
Reconstrução
Passados mais de dois anos,
o país ainda vive os reflexos do terremoto. A reconstrução do Haiti passa pelas mãos
de voluntários, com a Irmã Antônia de Arruda Nunes. Ela chegou há 9 meses, vinda do
Pará. Religiosa da Congregação da Imaculada Conceição, a missão de Irmã Antônia, junto
com outras três missionárias é criar a Pastoral da Criança numa das paróquias da capital
do Haiti.
“A primeira dificuldade é a fome. Depois, a saúde pública que não
existe. Tudo é pago, então, para aqueles que não têm nada é impossível. Falta de higiene
e lixo. Nós estamos na periferia e aqui muitas crianças estão fora da escola porque
não tem como pagar. Mesmo nas escolas públicas é preciso pagar um valor mínimo, além
do uniforme e do material escolar. Vemos famílias com até dez filhos…e temos muitas
gestantes já que agora eles moram todos juntos em tendas”.
Pastoral da Criança
A
Pastoral da Criança na paróquia de Irmã Antônia ainda depende de recursos e aprovação
do Arcebispo de Porto Príncipe. Apesar disso, elas já iniciaram o trabalho.
“Estamos
aguardando a construção do centro onde vamos atender. Mas agora está chegando uma
irmã da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) que é enfermeira e vai nos ajudar
a atender as gestantes e as crianças lá nos acampamentos mesmo”.
Esperança
Dra.
Zilda Arns foi uma das vítimas do terremoto. Ela tinha ido ao Haiti justamente para
levar a Pastoral da Criança ao país. E isso Irmã Antônia e as suas colegas missionárias
não esquecem jamais.
“Sentimos a responsabuilidade de dar continuidade ao desejo
de Dra. Zilda Arns porque a Pastoral da Criança trabalha pela vida, salvar vidas de
muitas crianças e mães, gestantes. Eu me sinto feliz apesar das dificuldades e sofrimento.
A gente sofre mais por ver tanto sofrimento mas eu me sinto feliz – e com esperança”.