2012-06-28 19:47:34

Atividades do IOR são apresentadas a significativo grupo de jornalistas


Cidade do Vaticano (RV) - Oferecer uma informação adequada sobre a natureza, os objetivos, a organização, os serviços, a situação atual e os novos procedimentos de fiscalização para uma gestão correta: essa foi a finalidade do encontro organizado na manhã desta quinta-feira na Sala das Conferências do Instituto para as Obras de Religião (IOR), no Vaticano, para a qual foram convidados cerca de cinquenta jornalistas.

A conferência principal foi feita pelo Diretor-Geral do Instituto, comendador Paolo Cipriani. Após o encontro teve lugar uma visita às dependências onde se realiza a atividade do Instituto.

De fato, maior transparência não somente na gestão, mas também no modo de fazer comunicação: este é o sentido do convite – o primeiro em absoluto – dirigido ao significativo grupo de jornalistas a conhecer mais de perto e detalhadamente como funciona o IOR: um dos temas ligados ao Vaticano que não raramente atrai a atenção de órgãos de informação e muitas vezes suscetível a notícias inexatas.

Foi o que explicou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, precisando que a iniciativa quer ser mais um ponto de partida do que de chegada para oferecer um conhecimento básico comum aos agentes dos meios de comunicação.

Em seguida, o Diretor-Geral do IOR, Paulo Cipriani, tomou a palavra fazendo uma ampla apresentação sobre a vida do Instituto e, sucessivamente, respondendo às perguntas dos jornalistas.

Em primeiro lugar, Cipriani ilustrou a missão do IOR, ou seja, custodiar e administrar os bens móveis e imóveis confiados pelos clientes, os bens destinados às obras de religião e de caridade, bem como cuidar dos interesses afins da Igreja Católica e principalmente do Papa.

E precisou: não é exato referir-se ao IOR como um banco. Trata-se de um Instituto financeiro. De fato, não tem fins de lucro, os investimentos não são de caráter especulativo, mas de manutenção. Os outros bancos não podem abrir contas no Instituto.

Durante o encontro foram oferecidas algumas cifras: o Instituto tem 112 funcionários, 6 dos quais são dirigentes; 33 mil contas abertas, 6 bilhões de euros de patrimônio. O IOR fornece serviços de suporte a entidades de mais de 150 países e não dispõe de filiais no exterior. 77% dos clientes são de referência geográfica européia e 60% do dinheiro administrado tem como moeda o euro.

Os clientes são admitidos segundo critérios rigorosos: são, por exemplo, os dicastérios, as nunciaturas apostólicas, as congregações religiosas, as paróquias e as dioceses, as embaixadas junto à Santa Sé, bem como sacerdotes e funcionários leigos do Vaticano.

Outro elemento de esclarecimento: no IOR não existem contas cifradas nem anônimas e recentemente não houve saída de capitais. O Instituto não tem relações com bancos ou países off Shore.

Existe uma pequena reserva áurea no Banco Central dos EUA, em Nova York, acrescentou Cipriani – respondendo a uma pergunta –, já os investimentos não superam 5% do patrimônio e são de baixo rendimento, vez que estão voltados para a proteção do capital e não para a geração de lucros.

Boa parte da apresentação de Cipriani foi dedicada à adequação do IOR às novas regras internacionais de fiscalização contra a lavagem de dinheiro. Por isso foram predispostas novas normativas que impõem precisas atividades de fiscalização como a lei 127 de dezembro de 2010 e a lei 166 de abril de 2012. Desde 2009 a Santa Sé aderiu à normativa européia em matéria de combate à lavagem de dinheiro.

O governança interna do Instituto prevê a Comissão cardinalícia, o Conselho de Superintendência que elabora as estratégias a longo e a médio prazos, um prelado – neste momento vacante, anel de conjunção entre Comissão e Conselho –, e a direção-geral responsável pelas atividades operacionais.

No âmbito da fiscalização interna, o Instituto conta, dentre outros, com o colégio dos Revisores. Externamente, desde 1º de abril de 2011 encontra-se operativa a AIF, Autoridade de Informação Financeira da Santa Sé.

O Diretor-Geral concluiu reiterando que o Instituto mais do que qualquer banco comercial se ateve às obrigações éticas, em função de sua missão e também da necessidade de proteger a imagem da própria Igreja Católica. (RL)







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