Cidade
do Vaticano (RV) – Na audiência geral desta manhã, Bento XVI continuou sua série
de reflexões sobre as Cartas de São Paulo, abrangendo especificamente o “Hino Cristológico”
contido na Carta aos Filipenses. Neste texto, Paulo se centra nos sentimentos de Cristo
em sua condição divina e humana: na encarnação, na morte de cruz e na exaltação na
glória do Pai.
“Trata-se de não só seguir Jesus, mas também de conformar toda
a nossa existência segundo seu modo de pensar e trabalhar” - e esta indicação - explicou
o Papa, oferece duas recomendações importantes para nossa oração. A primeira é a invocação
de Jesus Cristo como “Senhor”: é o tesouro pelo qual vale a pena dedicar a vida.
A
segunda indicação - prosseguiu Bento XVI - é a prostração: “Quando nos ajoelhamos
diante de Cristo, nós confessamos a nossa fé nele e o reconhecemos como o único Senhor”.
O Papa concluiu afirmando que a oração deve conduzir a uma plena tomada de consciência
para pensar, atuar e amar em Cristo e por Cristo. Assim, a mente, o coração e a vontade
se abrirão à ação do Espírito Santo e nós seremos transformados por meio da graça.
Aos fiéis de língua portuguesa presentes na Sala Paulo VI, Bento XVI disse:
“Na oração, abrimos a mente, o coração e a vontade ao Espírito Santo,
para fazer entrar a nossa existência na mesma dinâmica de amor que viveu Jesus. Sendo
Deus, despojou-Se da sua glória, para Se fazer homem como nós e, assim, nos elevar
até Deus. Esta epopeia de amor é celebrada num dos hinos mais antigos da tradição
cristã: o chamado «hino cristológico», que São Paulo nos deixou com esta exortação:
«Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus». Foi pela sua amorosa
obediência à vontade do Pai até a suprema humilhação da Cruz, que «Deus O exaltou
e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes»: Jesus é Senhor. A sua encarnação
e a sua cruz recordam-nos que a plena realização está na conformação da própria vontade
humana com a do Pai do Céu. Para isso é necessário adotar uma escala de valores, cujo
primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria
vida.
Amados peregrinos de Teresina e de São João da Madeira e todos
os presentes de língua portuguesa, a minha saudação amiga! Possa esta vossa vinda
a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir
ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-Lo! Sabei que Deus Se
deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar
de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção".