Adotar uma escala de valores cujo primado toque a Deus: Papa, na audiência geral,
comentando o "hino cristológico" de São Paulo
(27/06/12) Tendo chegado o verão, muito quente em Roma, Bento XVI deslocar-se-á
em finais deste mês ou princípio de julho para a residência de Castelgandolfo, numa
colina ao sul de Roma. A audiência geral desta quarta-feira, na Aula Paulo VI, do
Vaticano, com a participação de uns sete mil peregrinos, foi portanto a última que
teve lugar no Vaticano, antes da sua deslocação à residência de verão. No final
da audiência, na costumada saudação aos jovens, aos noivos e aos doentes, o Papa fez
votos de que os que têm ocasião de fazer férias neste período as possam aproveitar
do melhor modo, nomeadamente como “uma ocasião para experiências sociais e religiosas
úteis”. Dirigindo-se aos casais que recentemente celebraram o sacramento do Matrimónio,
Bento XVI desejou que as férias constituam uma oportunidade para o “crescimento” da
união conjugal e “aprofundamento” da sua missão “na Igreja e na sociedade”. “Desejo
também que a vós, caros doentes, não faltem durante estes meses estivais a proximidade
dos entes queridos”, disse. Na sua catequese, sempre centrada na oração, o Papa
retomou a análise de escritos de São Paulo, detendo-se desta vez no chamado “Hino
Cristológico” da Carta aos Filipenses, texto redigido na prisão onde o apóstolo lega
como que um seu “testamento espiritual”. Sublinhando a “coragem” manifestada por
São Paulo, perante o martírio que se delineava, o Papa observou que a realização pessoal
não consiste “no poder ou na auto-suficiência” mas sim no esvaziamento de si. Os cristãos
são chamados a imitar o “amor, a humildade” e a “obediência a Deus” que caracterizaram
a vida de Cristo, que recusou “impor o seu poder” mas assumiu “a condição humana marcada
pelo sofrimento e a morte, tornando-se escravo ao serviço dos outros até ao sacrifício
supremo”, ou seja, a morte. O Papa sublinhou a necessidade de “adotar uma escala
de valores cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena
gastar a própria vida”. “A nossa oração é feita de silêncio e de palavra, de canto
e de gestos que envolvem a pessoa toda: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro”,
referiu Bento XVI, acrescentando que a “alegria” é uma “característica fundamental”
da espiritualidade cristã.
Este o resumo da sua catequese desenvolvido pelo
Papa em português: “Queridos irmãos
e irmãs, Na oração, abrimos a mente, o coração e a vontade ao Espírito Santo,
para fazer entrar a nossa existência na mesma dinâmica de amor que viveu Jesus. Sendo
Deus, despojou-Se da sua glória, para Se fazer homem como nós e, assim, nos elevar
até Deus. Esta epopeia de amor é celebrada num dos hinos mais antigos da tradição
cristã: o chamado «hino cristológico», que São Paulo nos deixou com esta exortação:
«Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus». Foi pela sua amorosa
obediência à vontade do Pai até à suprema humilhação da Cruz, que «Deus O exaltou
e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes»: Jesus é Senhor. A sua encarnação
e a sua cruz recordam-nos que a plena realização está na conformação da própria vontade
humana com a do Pai do Céu. Para isso é necessário adoptar uma escala de valores,
cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a
própria vida.
Amados peregrinos de Teresina e de São João da Madeira e todos
os presentes de língua portuguesa, a minha saudação amiga! Possa esta vossa vinda
a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir
ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-Lo! Sabei que Deus Se
deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar
de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção." Tendo chegado
o verão, aliás muito quente em Roma, Bento XVI deslocar-se-á em finais deste mês ou
princípio de julho para a residência de Castelgandolfo, numa colina ao sul de Roma.
A audiência geral desta quarta-feira, na Aula Paulo VI, do Vaticano, com a participação
de uns sete mil peregrinos, foi portanto a última que teve lugar no Vaticano, antes
da sua deslocação à residência de verão. No final da audiência, na costumada saudação
aos jovens, aos noivos e aos doentes, o Papa fez votos de que os que têm ocasião de
fazer férias neste período as possam aproveitar do melhor modo, nomeadamente como
“uma ocasião para experiências sociais e religiosas úteis”. Dirigindo-se aos casais
que recentemente celebraram o sacramento do Matrimónio, Bento XVI desejou que as férias
constituam uma oportunidade para o “crescimento” da união conjugal e “aprofundamento”
da sua missão “na Igreja e na sociedade”. “Desejo também que a vós, caros doentes,
não faltem durante estes meses estivais a proximidade dos entes queridos”, disse.
Na
sua catequese, sempre centrada na oração, o Papa retomou a análise de escritos de
São Paulo, detendo-se desta vez no chamado “Hino Cristológico” da Carta aos Filipenses,
texto redigido na prisão onde o apóstolo lega como que um seu “testamento espiritual”. Sublinhando
a “coragem” manifestada por São Paulo, perante o martírio que se delineava, o Papa
observou que a realização pessoal não consiste “no poder ou na auto-suficiência” mas
sim no esvaziamento de si. Os cristãos são chamados a imitar o “amor, a humildade”
e a “obediência a Deus” que caracterizaram a vida de Cristo, que recusou “impor o
seu poder” mas assumiu “a condição humana marcada pelo sofrimento e a morte, tornando-se
escravo ao serviço dos outros até ao sacrifício supremo”, ou seja, a morte.
O
Papa sublinhou a necessidade de “adotar uma escala de valores cujo primado seja dado
a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a própria vida”. “A nossa
oração é feita de silêncio e de palavra, de canto e de gestos que envolvem a pessoa
toda: da boca à mente, do coração ao corpo inteiro”, referiu Bento XVI, acrescentando
que a “alegria” é uma “característica fundamental” da espiritualidade cristã. Mas
ouçamos a síntese que desta catequese o Santo Padre apresentou em língua portuguesa:
“Queridos
irmãos e irmãs, Na oração, abrimos a mente, o coração e a vontade ao Espírito
Santo, para fazer entrar a nossa existência na mesma dinâmica de amor que viveu Jesus.
Sendo Deus, despojou-Se da sua glória, para Se fazer homem como nós e, assim, nos
elevar até Deus. Esta epopeia de amor é celebrada num dos hinos mais antigos da tradição
cristã: o chamado «hino cristológico», que São Paulo nos deixou com esta exortação:
«Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus». Foi pela sua amorosa
obediência à vontade do Pai até à suprema humilhação da Cruz, que «Deus O exaltou
e Lhe deu um Nome que está acima de todos os nomes»: Jesus é Senhor. A sua encarnação
e a sua cruz recordam-nos que a plena realização está na conformação da própria vontade
humana com a do Pai do Céu. Para isso é necessário adoptar uma escala de valores,
cujo primado seja dado a Deus como o único tesouro pelo qual vale a pena gastar a
própria vida.
De entre os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta
audiência geral, de destacar um grupo de portugueses de São João da Madeira e de brasileiros
de Teresina, uns e outros expressamente mencionados na saudação de Bento XVI em língua
portuguesa:
Amados peregrinos de Teresina e de São João da Madeira e todos
os presentes de língua portuguesa, a minha saudação amiga! Possa esta vossa vinda
a Roma cumprir-se nas vestes de um verdadeiro peregrino que, sabendo de não possuir
ainda o seu Bem maior, se põe a caminho, decidido a encontrá-Lo! Sabei que Deus Se
deixa encontrar por quantos assim O procuram; com Ele, a vossa vida não pode deixar
de ser feliz. Sobre vós e vossas famílias, desça a minha Bênção.