2012-06-25 18:07:01

Representante dos Bispos paraguaios apoia impeachment de Lugo


Assunção (RV) - O ex-Presidente Fernando Lugo reuniu-se, nesta segunda-feira, com uma dezena de antigos ministros e colaboradores, num encontro do chamado "gabinete de restauração democrática".

Ex-titulares de Ministérios e Secretarias, como das Relações Exteriores, Saúde, Economia, Obras Públicas e Informação, atenderam ao convite na sede do Partido Solidário, uma das legendas da frente de esquerda que apoiava a gestão de Lugo.

O chefe de Gabinete do ex-presidente, Miguel López Perito, disse aos jornalistas no local sobre a intenção do encontro: "aqueles que usurparam o poder o restituam aos legítimos ocupantes".

Em paralelo, o novo Presidente do país, Federico Franco, reuniu-se hoje no Palácio do Governo com os diretores das principais companhias petrolíferas presentes no Paraguai, após o anúncio da Venezuela de um corte no fornecimento de combustível. Pouco depois, estava previsto o juramento e posse dos novos ministros do governo interino.

O ex-Presidente Fernando Lugo e ex-Bispo, Fernando Lugo, foi destituído do poder na sexta-feira passada em um processo parlamentar por "mau desempenho de suas funções".

Em entrevista à Folha de São Paulo, o Bispo de Caacupé e Presidente da Conferência Episcopal paraguaia, Dom Claudio Giménez, afirmou concordar com o impeachment que tirou Lugo do poder e considerar que ele seja culpado pelas mortes de 17 policiais e camponeses há dez dias - uma das principais acusações que levaram à sua queda.

O prelado acredita que o processo de impeachment foi excessivamente rápido, o que dificultou a defesa de Lugo, mas discorda dos que dizem ter ocorrido um golpe de Estado. Para ele, "não há nenhuma dúvida de que se atuou conforme a Constituição nacional”.

O religioso ressaltou ainda que os países da região, "pouco a pouco, vão ter de ir aceitando” o novo Governo paraguaio, citando o reconhecimento já dado por países como a Alemanha e a Espanha.

Durante seu mandato, Lugo manteve uma relação delicada com a Igreja, agravada pelos escândalos de paternidade relacionados à época em que ainda era sacerdote.

Para Dom Giménez, Lugo "teve boas intenções em seu governo, mas não conseguiu avançar". (Folha de São Paulo/ED)








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