Apelo do Papa a favor da paz e da assistência humanitaria na Síria - foi no encontro
com os participantes na Assebleia da ROACO
O Papa recebdeu nesta quarta-feira, na Sala Clementina do Vaticano, os participantes
na Assembleia da ROACO, Reunião das Obras para as Ajudas às Igrejas Orientais, Assembleia
que decorria desde segunda-feira em Roma. No discurso que lhes dirigiu o Papa
voltou a sublinhar o convite que lhe dirigira em 2007, no sentido de preservarem “aquele
movimento de caridade que foi confiado à ROACO pelo próprio Papa a fim de que a Terra
Santa e as outras regiões orientais recebam, de maneira equa e ordenada, o necessário
apoio espiritual e material para fazer face à vida eclesial ordinária e às particulares
necessidades.” Uma linha de orientação, mais do que nunca necessária, sobretudo na
actual conjuntura sócio-económica que penaliza seriamente o presente e o futuro sobretudo
dos mais pobres. O Oriente, berço de antigas tradições cristãs, não foge à regra
- disse Bento XVI – fazendo notar que isto alimenta endémicas feridas da história,
gera insegurança e fragiliza o dialogo ecuménico e inter-religioso, a paz e a convivência
entre os povos, assim como o respeito dos direitos humanos . O Papa regozijou-se
por se terem unido à ROACO a partir deste ano membros da Igreja siro-mabalbarense
da Índia, da Igreja greco-católica da Ucrânia, assim como o Presidente da Caritas
sìria e o Núncio Apostólico na Síria. Isto – afirmou – permite-me alargar ainda mais
o olhar da Igreja de Roma àquela dimensão universal que constitui uma das notas essenciais
do mistério da Igreja. Uma ocasião também para o Papa reafirmar a sua proximidade
aos irmãos e irmãs que sofrem na Síria, nomeadamente os pequenos inocentes e indefesos.
O Papa pediu que não sejam poupados esforços mesmo da parte da comunidade internacional
a fim de tirar a Síria da actual situação de violência e crise em que se encontra,
que já durou muito tempo e que corre o risco de se tornar num conflito generalizado
com graves consequências para toda a região. Bento XCVI lançou também um premente
apelo a fim de que seja garantida a necessária assistência humanitária às populações
e àqueles que se refugiaram noutros países. O valor da vida é um bem preciso que deve
sempre tutelado. Por fim o Papa recordou à ROACO que o Ano da Fé lançado por ocasião
dos 50 anos do início do Concilio Vaticano II dará fecundas orientações às Obras de
Ajuda às Igrejas Orientais, testemunho de que sem as obras a fé morre. E exortou-os
a serem sempre sinais eloquentes da caridade que brota do coração de Crista. O
Papa terminou confiando a Nossa Senhora a viagem que vai realizar ao Líbano em Setembro
próximo para entregar às Igreja daquela região a Exortação final da Assembleia Especial
do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente realizado no Vaticano em Outubro de 2010.