Semana do Migrante: conquistar direitos é defender a saúde
Brasília (RV) - O Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) promove a partir deste
domingo (17) a 27ª Semana do Migrante, com o tema “Migração e Saúde”, e o lema “Conquistar
Direitos é defender a Saúde”.
Inspirada na Campanha da Fraternidade deste
ano, a Semana do Migrante quer motivar as comunidades cristãs e amplos setores da
sociedade civil a refletirem, celebrarem e se mobilizarem sobre o direito à saúde
de diferentes categorias de milhares de migrantes.
Frequentemente ignorados
e vivendo com frequência nos espaços segregados das nossas cidades, trabalhando e
morando em condições insalubres, os migrantes são vítimas potenciais de várias doenças.
Nas periferias das cidades, são atingidos pelos problemas de saneamento básico, e
convivem com a precariedade do atendimento público à saúde. Os trabalhadores rurais
temporários, no isolamento das fazendas, sob um trabalho estafante, sofrem com o descaso
dos seus empregadores, que em vários casos os leva à morte ou à invalidez precoce.
Os
imigrantes hispano-americanos, nas grandes metrópoles, clandestinos em sua maioria,
são vítimas de doenças respiratórias como a tuberculose. Mais grave é a situação em
que se encontram os membros mais frágeis das famílias migrantes, as mulheres, os idosos
e as crianças.
O Presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes e Bispo de Pesqueira
(PE), Dom José Luiz Ferreira Salles, destaca que para viver com intensidade a temática
proposta pela Semana do Migrante, temos que ter “diante dos olhos e do coração a atitude
do Bom Samaritano, que nos mostra a importância de cuidar da vida mais frágil, em
situação de vulnerabilidade, machucada, abandonada à beira do caminho, e sermos agraciados
com a alegre descoberta de que Cristo está presente neles e nos diz: ‘Fui estrangeiro
e me acolheste’ (Mt 25, 35)”.
“Frente a essa realidade surge o clamor pelo
respeito dos direitos fundamentais de toda pessoa humana, também dos migrantes, deslocados
e estrangeiros que vivem e trabalham precariamente em nosso país. O atendimento da
saúde do migrante é uma expressão de fraternidade para com aqueles que são diferentes
de nós, mas gozam da mesma dignidade de filhos de Deus”, destacou a assessora do Setor
de Mobilidade Humana da CNBB, Irmã Claudina Scapini. (BF-CNBB)