Empenho comum da Igreja Católica e da FAO no combate à fome e à pobreza
(14/06/12) Bento XVI recebeu, na manhã desta quinta-feira, o Diretor-Geral da Organização
das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) o brasileiro José Graziano
da Silva, que se reuniu, logo depois, também com o Secretário de Estado, Cardeal Tarcísio
Bertone e D. Dominique Mamberti, Secretário das Relações com os Estados. “O compromisso
da Santa Sé e da Igreja Católica no combate à fome e à pobreza, sobretudo no continente
africano”, foi destacado por José Graziano. Em comunicado, a Sala de Imprensa da Santa
Sé revela ainda outras preocupações em comum como o fato de que, “mesmo existindo
recursos para suprir as necessidades alimentares do mundo inteiro, ainda persistam
obstáculos de ordem econômica, social e política que impedem a supressão de tais necessidades”.
Fizeram-se votos de que “o setor rural retome o papel de protagonista nas estratégias
de desenvolvimento; que sejam promovidos modelos sustentáveis de produção agrícola
e de consumo alimentar e também que sejam garantidas maior igualdade e eficiência
na gestão do sistema alimentar”. Em declarações feitas à RV, José Graziano da
Silva informou que dois assuntos tiveram prioridade nos colóquios tidos: as crises
alimentares na África e a Rio+20. Graziano vai participar da Conferência no Rio de
Janeiro, mas antes se reúne no México para o encontro do G20. “Quis pedir o apoio
do Papa para as mensagens que a FAO está levando para a Rio +20. Acho muito importante
que na Conferência nós não olhemos somente para o futuro, mas claramente para um futuro
sem fome. Estou convencido que, enquanto a fome não for erradicada, não conseguiremos
atingir nenhuma das outras Metas do Milênio”. No encontro, Graziano também disse ao
Papa que a fome “é uma questão crucial não apenas do ponto de vista económico, mas
também para manter a estabilidade social e política dos países”. De acordo com
Graziano, o Papa demonstrou muito interesse pela questão da fome na África. “A
situação no chamado Chifre da África, particularmente, está no momento sob controle
com o início das chuvas. Mas quero dizer que o problema no Chifre da África não está
resolvido”. O Papa também foi informado sobre a região do Sahel onde, segundo Graziano,
“a crise está muito aguda e está se espalhando também para outras zonas africanas”.
Graziano disse, por fim, que o Papa foi muito receptivo e que pediu mais informações
sobre as ações da FAO. “Eu tinha levado um conjunto de publicações da FAO, inclusive
o resumo sobre o Sahel e o Chifre da Africa. O Papa ficou com eles e disse que a Igreja
iria se manifestar sobre o assunto em apoio à luta da FAO”.