Papa na Audiência Geral fala sobre o CEI na Irlanda, "ocasião de união para a Igreja"
Cidade
do Vaticano (RV) – Na Audiência Geral da manhã desta quarta-feira, Bento XVI recordou
a todos os fiéis que está em andamento em Dublin, na Irlanda, o 50º Congresso Eucarístico
Internacional, com o tema “A Eucaristia, Comunhão com Cristo e entre nós”. O Papa
dirigiu seu pensamento e bênçãos à Igreja na Irlanda, lembrando que bispos, sacerdotes,
pessoas consagradas e leigos de vários continentes estão presentes em Dublin na semana
de 10 a 17 de junho. Bento XVI enviou como Legado o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito
da Congregação para os Bispos.
“O Congresso Eucarístico Internacional é
uma preciosa ocasião para reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja.
Presente no Sacramento do Altar com o supremo Sacrifício de amor da Cruz, Jesus se
doa a nós, fazendo-se alimento, assimilando-nos a Ele, fazendo-nos entrar em comunhão
com Ele. E através desta comunhão, sentimo-nos unidos, tornamo-nos uma só coisa Nele,
membros uns dos outros”.
O Papa nos convidou a unirmo-nos espiritualmente
aos cristãos da Irlanda e do mundo, e a rezar pelos trabalhos do Congresso, a fim
de que a Eucaristia seja sempre o coração pulsante da vida de toda a Igreja.
O
bispo referencial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, no 50º Congresso
Eucarístico Internacional é Dom Fernando Panico, de Crato, no Ceará. A participação
brasileira é numerosa. Nossa colega Emer MacCarthy, correspondente da RV, contatou
o Pe. José Mario da Silva. Missionário, há 13 anos trabalha no Peru; é Reitor da Igreja
de Nossa Senhora da Encarnação, em Lima. É também o Superior Nacional dos Arautos
do Evangelho no Peru, e explica como é vivida a adoração eucarística na América Latina.
“Creio
que isto é um verdadeiro dom de Deus, um dos maiores dons de Deus para a América.
A América Latina é o continente do futuro, continente onde a fé está muito presente.
Seja no Brasil, seja nos países de língua espanhola, quando caminhamos pelos vários
países, encontramos verdadeiras manifestações de fé, e isto se deve, creio, ao grande
esforço dos missionários que vieram da Europa para a América, os missionários espanhóis,
os portugueses que derramaram seu sangue, deram o exemplo, e serviram para favorecer
enormemente o desenvolvimento da fé em nossos países. A devoção ao Santíssimo Sacramento,
a devoção a Nossa Senhora, a devoção aos santos; a devoção popular é algo que está
realmente arraigado em nossos povos e preserva muito as nossas nações do ateísmo,
do paganismo do mundo em que vivemos. Evidentemente há muitos problemas, mas é um
terreno muito fértil onde podemos trabalhar”.
Mas como o faz todas as
quartas-feiras, Bento XVI procedeu fazendo uma catequese, refletindo sobre a oração
e tomando como inspiração as cartas de São Paulo. O Papa falou da experiência contemplativa
e da força da oração a que se refere o Santo para legitimar sua condição de apóstolo
do Evangelho.
Antes de anunciar Cristo, ele viveu em silêncio e contemplação.
Sua mística não se baseava apenas em eventos excepcionais, mas no cotidiano e principalmente
em sua intensa relação com o Senhor.
“Tudo posso naquele que me conforta”:
com esta frase de São Paulo aos Coríntios, Bento XVI encorajou os 8 mil fiéis presentes
na Sala Paulo VI.
“Em um mundo em que corremos o risco de confiar somente
na eficiência e na potência dos meios humanos, somos chamados a redescobrir e testemunhar
a força da oração, com a qual crescemos diariamente conformando nossas vidas à de
Cristo, que foi ‘crucificado em fraqueza, mas que vive pelo poder de Deus’”.
Estas
são as palavras de Bento XVI, proferidas em português:
“São Paulo recorda-nos
que não passamos de «vasos de barro», onde Deus coloca a riqueza e a força da sua
graça. Na oração, abrimos o coração ao Senhor, para que Ele venha habitar na nossa
fragilidade e faça dela uma força para o Evangelho. À medida que nos deixamos habitar
pelo Senhor, a nossa oração torna-se mais intensa e leva-nos a fixarmo-nos no essencial,
sabendo que é Deus que atua através da nossa fraqueza. Somente se nos deixarmos arrebatar
e possuir pelo amor de Cristo é que seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade,
como Paulo, seguros de que tudo podemos em Cristo que nos dá força. Num mundo que
sugere confiar só na eficiência e na força dos meios humanos, somos chamados a descobrir
e testemunhar a força da oração, pela qual a nossa vida se configura cada vez mais
à de Cristo, que «foi crucificado na sua fraqueza, mas vive pelo poder de Deus»”.
“Amados
peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, em particular ao grupo
jovem de voluntariado animado pelos Salesianos de Macau e aos grupos brasileiros de
Foz do Iguaçu e de Florianópolis: abri os vossos corações ao Senhor e dedicai as vossas
vidas ao reino de Deus, que cresce na terra com o vosso serviço a favor dos mais desfavorecidos.
O Senhor vos confirme no bem, com a sua graça! Em penhor da mesma, desça sobre vós,
vossas famílias e comunidades cristãs a minha Bênção”.
Saudando os peregrinos
poloneses, o Pontífice lembrou que a liturgia deste dia 13 de junho celebra Santo
Antonio de Pádua, doutor da Igreja. Foi um notável pregador, teólogo, confessor, protetor
dos pobres e dos sofredores. “Santo Antônio, com sua vida, e especialmente, com
seu fecundo apostolado, nos ensinou o zelo evangélico” – recordou o Pontífice.
No final do encontro, o Papa concedeu a todos a sua bênção apostólica. (CM)