"Renunciar à sedução do mal" - Desafiou Bento XVI na abertura do Encontro eclesial
da Diocese de Roma
(11/6/12) - Bento XVI criticou esta segunda-feira à noite a cultura em que a “mentira”
se apresenta com “a veste da verdade e da informação” e desafiou os católicos a “renunciar
à sedução do mal”. Na abertura do Encontro eclesial (anual) da Diocese de Roma, que
se prolonga até quarta-feira, tendo como tema a pastoral do Batismo, o Papa – comentando
o rito da renúncia ao mal - aludiu à necessidade de emancipação de “um modo de vida
em que não conta a verdade, mas a aparência, o efeito, a sensação”. Falando de improviso,
Bento XVI apontou o dedo a “uma cultura que não procura o bem, cujo moralismo é uma
máscara para, na realidade, confundir, criar confusão e destruição”. “Contra esta
cultura que procura apenas o bem-estar material e nega Deus, digamos ‘não’”, pediu
aos pastores e fiéis de Roma. Numa reflexão toda ela dedicada ao Batismo, sublinhando
que “viver na liberdade” não é, “como hoje se entende, emancipar-se da fé e, no fim
de contas, emancipar-se de Deus”. “Deus ama-nos, fez-se vulnerável até à morte por
nós e feri-lo com o pecado é viver contra nós mesmos e contra a nossa liberdade”,
prosseguiu, alertando para “o poder do maligno, que se quer tornar Deus neste mundo”.
Bento XVI, que se deslocou ao fim da tarde à basílica de São João de Latrão, a
catedral de Roma, foi acolhido pelo cardeal Agostino Vallini, seu vigário para a diocese
romana, que sublinhou com ênfase, muito aplaudido pela assembleia: “Roma ama o Papa
e defende-o como um dom de Deus”. “Ide e fazei discípulos, batizando e ensinando.
Redescubramos a beleza do Batismo”: este o do Encontro Eclesial deste ano, da diocese
de Roma. Por que é que o Batismo é necessário para sermos discípulos de Cristo?
Qual é a profundidade deste Sacramento? – questionou Bento XVI, respondendo: “Ao sermos
batizados, imergimos na divindade trinitária, nos inserimos em nome de Deus, nos tornamos
suas testemunhas”. “Ser batizado não é nunca um ato solitário, ‘para mim’, mas é sempre
necessariamente um ser unido a todos os outros, um estar em unidade e solidariedade
com todo o Corpo de Cristo”. O próprio rito sacramental - prosseguiu Bento XVI
- ajuda a entender o que é o Batismo. Palavra e água, elementos que representam a
vida nova, a Ressurreição, e ao mesmo tempo, as renúncias, promessas e invocações.
Através destes dois elementos, o Batismo se revela e se transforma em caminho de vida:
“Nelas, realiza-se uma decisão; faz-se presente todo o nosso caminho batismal, tanto
pré-batismal como pós-batismal. Assim, com elas e com os símbolos, o Batismo expande-se
em toda a nossa vida”. A reflexão papal concluiu-se com algumas considerações
sobre o batismo das crianças. Bento XVI observou que esta prática não é “contra a
liberdade” mas “uma garantia do bem de Deus e da sua proteção sobre a vida”. O
Encontro Eclesial da diocese de Roma prossegue nesta terça-feira, à noite, o Cardeal-vigário,
Agostino Vallini, apresentará “Orientações para uma nova pastoral batismal”, indicando
as linhas pastorais a adotar.