2012-06-12 12:23:30

Papa: "Moralismo é uma máscara que confunde"


Cidade do Vaticano (RV) - “Ide e fazei discípulos, batizando e ensinando. Redescubramos a beleza do Batismo”. A frase do Evangelho de Mateus é o tema do Congresso Eclesial Diocesano aberto segunda-feira à noite pelo Papa na Basílica de São João de Latrão. Aos presentes, Bento XVI explicou a riqueza do Batismo, dom de Deus que nos faz sentir irmãos, o primeiro passo da Ressurreição.

O Congresso terá três dias de encontros, palestras e intercâmbios, numa nova etapa da análise da pastoral, que este ano se concentra principalmente no valor do Batismo.

Por que o Batismo é necessário para sermos discípulos de Cristo? Qual é a profundidade deste Sacramento? – questionou Bento XVI, falando de modo improvisado, e respondendo: “Ao sermos batizados, nos imergimos na divindade trinitária, nos inserimos em nome de Deus, nos tornamos suas testemunhas”.

Ser batizados jamais é um ato solitário, ‘para mim’, mas é sempre necessariamente um estar unido a todos os outros, um estar em unidade e solidariedade com todo o Corpo de Cristo”.

O próprio rito sacramental - prosseguiu Bento XVI - nos ajuda a entender o que é o Batismo. Palavra e água, elementos que representam a vida nova, a Ressurreição, e ao mesmo tempo, as renúncias, promessas e invocações. Através destes dois elementos, o Batismo se revela e se transforma em caminho de vida:

Nelas, realiza-se uma decisão; faz-se presente todo o nosso caminho batismal, seja pré-batismal como pós-batismal. Assim, com elas e com os símbolos, o Batismo se expande em toda a nossa vida”.

Prosseguindo seu discurso, o Papa se deteve nas três renúncias do rito batismal: renunciar às seduções do mal – explicou - significa também emancipar-se de um estilo de vida no qual não conta a verdade, mas a aparência, o efeito, as sensações, e onde com o pretexto da verdade, acaba por se destruir o próprio homem:

Uma cultura que não busca o bem, onde o moralismo é uma máscara, na verdade confunde, cria confusão e destruição. Digamos ‘não’ a esta cultura em que a mentira se apresenta vestida de verdade e de informação; a esta cultura que persegue somente o bem estar material e nega Deus”.

Finalizando seu discurso, o Pontífice deixou ao Congresso Diocesano uma última breve reflexão, dedicada ao Batismo das crianças: Pode-se impor a religião a uma criança? Ele mesmo deu a resposta.

O Batismo não é contra a liberdade, ao contrário. Justamente por ser uma garantia do bem de Deus e de sua proteção da vida, justifica o dom da própria vida e daquele ‘sim’ que nos é dado sem consentimento prévio”.
(CM)








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