Cidade do Vaticano (RV) - “Ide e fazei discípulos, batizando e ensinando. Redescubramos
a beleza do Batismo”. A frase do Evangelho de Mateus é o tema do Congresso Eclesial
Diocesano aberto segunda-feira à noite pelo Papa na Basílica de São João de Latrão.
Aos presentes, Bento XVI explicou a riqueza do Batismo, dom de Deus que nos faz sentir
irmãos, o primeiro passo da Ressurreição.
O Congresso terá três dias de encontros,
palestras e intercâmbios, numa nova etapa da análise da pastoral, que este ano se
concentra principalmente no valor do Batismo.
Por que o Batismo é necessário
para sermos discípulos de Cristo? Qual é a profundidade deste Sacramento? – questionou
Bento XVI, falando de modo improvisado, e respondendo: “Ao sermos batizados, nos
imergimos na divindade trinitária, nos inserimos em nome de Deus, nos tornamos suas
testemunhas”.
“Ser batizados jamais é um ato solitário, ‘para mim’,
mas é sempre necessariamente um estar unido a todos os outros, um estar em unidade
e solidariedade com todo o Corpo de Cristo”.
O próprio rito sacramental
- prosseguiu Bento XVI - nos ajuda a entender o que é o Batismo. Palavra e água, elementos
que representam a vida nova, a Ressurreição, e ao mesmo tempo, as renúncias, promessas
e invocações. Através destes dois elementos, o Batismo se revela e se transforma em
caminho de vida:
“Nelas, realiza-se uma decisão; faz-se presente todo o
nosso caminho batismal, seja pré-batismal como pós-batismal. Assim, com elas e com
os símbolos, o Batismo se expande em toda a nossa vida”.
Prosseguindo
seu discurso, o Papa se deteve nas três renúncias do rito batismal: renunciar às seduções
do mal – explicou - significa também emancipar-se de um estilo de vida no qual não
conta a verdade, mas a aparência, o efeito, as sensações, e onde com o pretexto da
verdade, acaba por se destruir o próprio homem:
“Uma cultura que não busca
o bem, onde o moralismo é uma máscara, na verdade confunde, cria confusão e destruição.
Digamos ‘não’ a esta cultura em que a mentira se apresenta vestida de verdade e de
informação; a esta cultura que persegue somente o bem estar material e nega Deus”.
Finalizando seu discurso, o Pontífice deixou ao Congresso Diocesano uma última
breve reflexão, dedicada ao Batismo das crianças: Pode-se impor a religião a uma criança?
Ele mesmo deu a resposta.
“O Batismo não é contra a liberdade, ao contrário.
Justamente por ser uma garantia do bem de Deus e de sua proteção da vida, justifica
o dom da própria vida e daquele ‘sim’ que nos é dado sem consentimento prévio”.
(CM)