Cardeal Bertone: "Os cristãos defendam com coragem a família"
Łódź (RV) - “Os cristãos defendam com coragem a família, a sua riqueza, os
seus valores”: foi o que disse o Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone na
homilia pronunciada neste domingo de manhã em Łódź, na Polônia, 25 anos depois da
visita de João Paulo II. Celebrando a Missa na Festa da Eucaristia, o Secretário de
Estado vaticano recordou a importância da família como “Igreja doméstica” reafirmando
que a “Igreja é a nossa casa” e como tal “deve ser respeitada, defendida e, sobretudo,
amada”.
A família é “o ambiente natural do desenvolvimento da fé e do amor
de Deus”, disse o Cardeal Bertone, pedindo depois uma maior “colaboração entre as
famílias e os catequistas, para que o caminho de crescimento das novas gerações produza
os melhores frutos”.
Em seguida, o purpurado se deteve sobre a importância
da Eucaristia “o maior dom de Cristo” diante do qual “não podemos ficar indiferentes”.
Fundamental, por isso, é redescobrir “a beleza de participar regularmente da missa”
e o “despertar em nós a fé, a esperança e o amor”, sobretudo no mundo de hoje, no
qual Cristo aparece “como um Grande Ausente na vida de muitas pessoas”.
Sobre
a necessidade de defender a família, como também as mulheres, as crianças, os jovens
e os anciãos, o Cardeal Bertone falou na noite deste domingo, encontrando, sempre
em Łódź, o mundo da cultura e da ciência. Em particular, o Secretário de Estado centralizou
o seu discurso na figura de João Paulo II como testemunha e mestre da cultura da vida.
Hoje
é fundamental, disse o purpurado, a dimensão ética da cultura e a defesa da vida “em
qualquer fase se encontre”. E “a Igreja – prosseguiu – considera seu dever intervir
sobre temas que se referem ao crescimento e desenvolvimento do homem”, pois tal contribuição
“não põe em causa, mas ao contrário enriquece o princípio de uma sã laicidade, porque
se esforça em fornecer uma contribuição original à construção do bem comum”.
Denunciando,
depois, os perigos de “uma cultura da morte”, difusa no mundo contemporâneo por causa
do “dar as costas a Deus” por parte do homem, o Cardeal Bertone lançou um apelo para
“uma permanente formação das consciências”, com um forte chamado a intelectuais e
meios de comunicação para que “possam promover e servir a cultura da vida”, especialmente
porque essa se entrelaça com a cultura “da paz”.
“A vida é um dom”, concluiu
o purpurado, não é “dominada por um destino impessoal ou determinista do desenvolvimento
de uma natureza em evolução”, mas “o seu valor permanece e o seu sentido não desaparece”
a partir da concepção até o seu fim natural. (SP)